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Março, 2016
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o gatilho para a crença

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A morte é o gatilho
para a crença,
deus é o segredo
(apenas existe no medo),
nós somos a doença.

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solidão, dá a patinha

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não fala e, não falando,
não nos pode aconchegar
a dor de o ver partir,
não nos pode dizer
o que nos sente
porque, simplesmente,
não fala,
cala
e nós aqui a sentir
a dor de outras palavras
que julgamos ouvir
dos olhos que nos falam a ganir
e nos fazem chorar por ver os seus,
a vida volta a ser coisa sozinha,
solidão, dá a patinha
senta, deita… adeus.

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longe coração

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Quando os amores estão longe, os corações estão longe também. Quando eu estou longe dela, quando ela está longe de mim, os nossos corações estão longe também.

Mas não é o meu coração, comigo, que está longe do coração dela, com ela. Não. O meu coração está longe de mim, do meu corpo, da minha razão, e o coração dela está longe dela, do seu corpo, da sua razão. Estando os nossos corações longe de nós próprios, embora perto de mim e dela (comigo e com ela), torna-se difícil suportar esta coisa que é viver de coração afastado (o meu) e de coração forasteiro (o dela). Porque, nesse momento, fugaz ou eterno, não somos nós que mandamos no nosso coração. Ele está longe, perto dela (com ela). É ela que o comanda. Tal como o dela está perto de mim (comigo) e sou eu que bem decido o que lhe fazer.

O problema é que nem eu nem ela sabemos lidar com corações que não os nossos. Ninguém sabe. E esta incapacidade para lidar com corações alheios provoca trapalhadas, sonhos, ansiedades, ilusões, borboletas, pedras, palavras, filmes, lágrimas, cabeças no ar, loucuras. Ou, noutras palavras que é só uma, amor. O amor não é o meu coração a bater no meu peito, é o meu coração a bater no peito dela.

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