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Outubro, 2019
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o porteiro de passagem

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Eu não o vejo, ele não me vê. Não sei quem é, não sabe quem sou. Mas ele sabe que eu vou, que passo por ele sem parar, ao entrar e ao sair. Não faz, nem faria, sentido ficar. Ele está ali para ver passar, e eu nem chego a estar.

Todas as quartas-feiras de todas as semanas, dois minutos antes das sete, toco à campainha e passo. Digo-lhe boa tarde e espero pelo elevador. Ele responde de volta, como um eco, e espera por ninguém. Está ali, quieto, olhando, quieto, estando.

É sempre, todas as quartas-feiras de todas as semanas, a última, dois minutos antes das sete, e a primeira, oito minutos antes das oito, pessoa que me liga à realidade dos outros. No quarto piso, tenho terapia. Lá, a realidade é a minha, só a minha, escura, sombria e funda de mão dada com quem visita comigo esse meu lugar.

Subo ao rés-do-chão, vindo do quarto piso, e ele lá continua. Não sei quem ele é, não sabe quem eu sou. Mas ele está, sempre, faz parte do processo de entrada e de saída do Inferno. De passagem.

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Somos um país muito lindo, com muito sol, muita praia, muito campo, muita gente simpática, muita comida boa e muitos turistas. E o nosso turismo não tem nada que ver com isto. Marketing turístico digital é uma coisa que não lhe assiste.

Navegação à vista

Houve tempos em que demos “novos mundos ao mundo”. Hoje, temos dificuldade em que esses novos mundos conheçam o nosso. Da navegação em mar alto, passámos para a navegação na web. E é precisamente aí que metemos água.

A navegação à vista designa-se por uma navegação de acordo com as circunstâncias, sem ciência. Pois bem, é precisamente isso que acontece. É verdade que temos muitos turistas, é verdade que estamos a crescer nessa área e é verdade que estamos fartos de receber prémios para todos os gostos e feitios. Mas também é verdade que a entidade responsável pelo turismo em Portugal não tem nenhum mérito nisso.

85% de toda a navegação web começa no Google. No entanto, as keywords mais relevantes para a promoção do nosso país não aparecem em nenhum activo digital nacional. Portugal, como destino, não aparece pelas principais pesquisas em nenhum país do mundo. Quer dizer, na verdade, aparece, mas com anúncios pagos, que apenas contribuem para uns míseros 6% de cliques. Isto significa que estamos a perder milhões de visitas, graças ao nosso fraco (quase inexistente) marketing turístico digital.

Publicidade para inglês ver: milhões de euros em adwords para promoção do Turismo em Portugal

Sim, são milhões de euros em publicidade imediata e não pensada, daquela para inglês ver. Sim, mas só aquele inglês que não tem Internet.

A nossa entidade responsável pelo turismo prefere os flyers às keywords, prefere o fogo-de-artifício ao SEO. Keywords como “things to do in Lisbon” não têm força no digital, não têm qualquer credibilidade orgânica. Isto significa que qualquer pessoa consegue colocar esta e muitas outras keywords na primeira página de resultados de pesquisa, para o mundo inteiro, apenas por um artigo de opinião. E isto acontece porque essa tal entidade cujo nome não pode ser pronunciado não faz o trabalho que deveria fazer, não faz o mínimo esforço de marketing turístico digital nem elabora uma simples estratégia de posicionamento orgânico.

Os conteúdos são fracos e a arquitetura e o link building dos mesmos não existe. Há muito por melhorar e por trabalhar. A concorrência é forte, mas é possível. Temos é de meter mãos à obra, que é como quem diz, à web.

Marketing Turístico: o Triunfo da (falta de) Vontade (Política)

Ora, o Estado é muito bom a meter a mão. Também não é mau em obras, desde que essas obras sejam autoestradas e estádios. No que respeita a meter a mão na web é que a porca já torce o rabo. Não há vontade política. E, sendo o governo a mandar na tal entidade, bem, já sabemos o que acontece… Um mandato dura quatro anos, pouquíssimo tempo para quem quer ter resultados imediatos. Uma estratégia de marketing turístico digital tem o seu tempo de implementação e demora o seu tempo a atingir resultados. Investir em SEO será sempre investir a médio/longo prazo, o que não se apresenta como muito apetecível para quem quer resultados agora e apenas agora.

Na promoção turística do país, tal como nas áreas da Saúde e da Educação, seria benéfico um plano de continuidade multipartidário a longo prazo, coisa que ahahahah – desculpem o riso, mas isto é Portugal. Quando é que, alguma vez, fizemos alguma coisa estruturada com vista a um médio-longo prazo?

Não há coordenação, não há gente suficiente, não há formação técnica, não há vontade. Há tipos de calças bege e camisa azul que se encontram num rooftop a beber gin e a decidir que o Algarve deve chamar-se ALLgarve e que devemos ter vistos gold para chineses. É esta a política oficial dos nossos responsáveis (também) turísticos.

“Então, mas isto tem funcionado. Temos cada vez mais turistas, estamos sempre a ganhar prémios, toda a gente fala bem de nós lá fora”, diz o caro leitor. E diz muito bem, o caro leitor. Parabéns pela sua observação. Mas não é graças aos responsáveis de turismo do nosso país que isso acontece. A promoção de Portugal está nas mãos de bloggers e influencers amadores, que têm a capacidade de opinar e influenciar com grande alcance, ocupando as primeiras páginas do Google. E não podemos deixar o nosso marketing turístico digital exclusivamente nas mãos de amadores. Até porque não deve ser da sua responsabilidade.

Voo para Portugal: porta de embarque lowcost

O que nos tem safado, muitas vezes, são as companhias aéreas lowcost, que, através dos preços baixos dos bilhetes, fomentam o turismo para o nosso país. Obrigado, Ryanair! Obrigado, Easyjet! Obrigado, Transavia! Obrigado, Vueling! Obrigado, FlyBe! E obrigado aos empresários que investem no país a nível de infraestruturas e condições para bem receber. São eles que, sem terem de o fazer, dão boleia a quem manda nisto tudo. A solução está em criar uma estratégia de marketing digital bem feita, com SEO, keywords, analytics e por aí fora. Com critério e com alvos bem definidos. E, claro, com muito sol, muita praia, muito campo, muita gente simpática, muita comida boa e muitos turistas.

publicado na Bluesoft

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o joker somos nós

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Arthur Fleck é um homem sozinho, triste, desapontado, deslocado, marginal, louco, puro e real. Arthur Fleck é Joker. O Joker somos nós.

Arthur Fleck não encaixa na sociedade. É um homem que grita sem ser ouvido, e, precisamente por gritar sem ser ouvido, grita para dentro de si, onde faz eco, pois o dentro é tão grande e tão vazio. E o vazio ocupa-lhe tanto espaço que, quando inflama, sai por todo o lado e atropela toda a gente. Pela boca, pelos olhos, pelos dedos, quem ama, quem odeia, quem não conhece.

É por isso que Joker, o filme (e Joker, o palhaço) nos deixa tão desconfortáveis. Joker, o palhaço, sofre da doença de rir em descontrolo, mesmo em momentos inoportunos. Joker, o filme, faz-nos rir em descontrolo, mesmo em momentos inoportunos. Quando ele ri no metro, quando ele vai contra a porta no hospital, quando ele mata em casa. É nestes momentos, e em tantos outros, que vestimos a pele (e a doença) de Joker, o palhaço. Rimos, metemos a mão à frente da boca e pedimos perdão pelo riso. É isto que acontece. Sempre. Por nos sentirmos a trair os nossos alicerces do bom e do mau, por não os sabermos distinguir e, até mesmo, por os negarmos.

Joker, o palhaço, faz o que grande parte de nós, em algum momento, em algum lugar, gostaria de fazer – por se sentir deslocado, por não poder mais. Joker, o palhaço, vai lá aquele sítio sombrio da nossa cabeça e diz olá. E nós adeus, dizemos olá de volta e ficamos nestas voltas inquietas à volta de nós mesmos. Isso incomoda-nos. Não gostamos que se saiba, não queremos que ninguém saiba. Mas sentimos, muitas vezes, o mesmo e temos, muitas vezes, o medo.

Olhamos Joker, o palhaço, e olhamo-nos ao espelho – e lá estamos nós, carregadinhos de maquilhagem. Joker, o filme, é uma obra-prima porque nos agarra pelas entranhas e faz o que quer com elas e connosco, porque nos inquieta e nos engana, porque nos atira à cara com uma prestação brilhante de Joaquin Phoenix – o Óscar não chega. Joker, o filme, brinca connosco. Joker, o palhaço, é o brinquedo. Somos nós a piada. O Joker somos nós.

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alterações climáticas

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Calma, nem nós somos a Greta nem isto é a ONU. De qualquer forma, tome atenção ao que lhe vamos dizer: como se atreve a querer ser uma marca green se não trabalha com a Bluesoft?

Pois é, isso é muito grave. Quase tão grave como o estado de emergência climática a que o nosso planeta chegou … Quer dizer, talvez não seja assim tão grave. Bem, é óbvio que não é assim tão grave. Está longe de ser assim tão grave.

É só um bocadinho grave, vá. Agora fora de brincadeiras, a Greta pode ter aquele ar de miúda irritada com a vida, mas a verdade é que ela tem toda a razão para ser uma miúda irritada com a vida. O planeta parece estar a dar as últimas. E a culpa é nossa.

Como é que a Bluesoft pode salvar a sua marca?

A boa notícia é que podemos mudar isso. A sua marca pode mudar isso. Sim, a sua marca pode mesmo salvar o planeta. Como? Já lá vamos. Antes, um breve apanhado da actualidade.

Hoje em dia, não há marca que não queira ser green, amiga do ambiente, eco-friendly, sustainable lifestyle lower carbon footprint cenas… Seja o que for que transmita alguma preocupação ambiental, as marcas querem ser. Muitas até já possuem departamentos de sustentabilidade ambiental para trabalharem nesse sentido. E bem!

Marcas e Consumidores: Match Ambiental

As marcas querem convencer os consumidores de que são amigas do ambiente. Os consumidores querem que as marcas sejam amigas do ambiente. Isto dá match. Vai buscar, Tinder.

Mas atenção. Se a sua marca quer mesmo salvar o planeta, então não pode ficar apenas pela persuasão dos consumidores. Se a sua marca quer mesmo salvar o planeta, então tem, realmente, de ser green, amiga do ambiente, eco-friendly, sustainable lifestyle lower carbon footprint cenas

Qual é a Pegada Ecológica da sua marca?

Comece por levantar os pés da sua marca e ver qual a pegada ecológica que está a deixar no planeta. É grande? Pequena? Assim assim? (Estamos a falar da pegada da sua marca, não desfoque). Pode mudar alguma coisa? Se sim, o quê? Qual a perspectiva de mudança? Demorará muito tempo? Quanto? Quais os custos? Bem, você sabe bem as perguntas que deve colocar.

Meio ambiente, Sustentabilidade ambiental e Marketing Digital são a Solução

Colocadas essas perguntas, trate de lhes dar respostas. E nada de malabarismos. Hoje em dia, é muito fácil descobrir um chico-esperto que diga que vai fazer isto e aquilo na sua marca mas que, na verdade, só está ali para se aproveitar da onda (que será cada vez maior por causa do degelo no Ártico e na Antártica). O segredo é ser green, amiga do ambiente, eco- friendly, sustainable lifestyle lower carbon footprint cenas mas agir como tal.

O consumidor actual não se foca tanto em produtos, serviços ou preços. O consumidor actual foca-se em experiências com significado. O consumidor actual tem, cada vez mais, uma reforçada consciência cívica, social e ecológica. O consumidor actual não compra produtos, compra a mudança que quer ver no mundo. Escrevemos muitas vezes “consumidor actual”? Pois bem, é porque é quem realmente importa.

Segundo um estudo da Tetra Pak, em 2017:

  • 85% dos consumidores consideram que a importância das questões ambientais vai aumentar;
  • 42% dos consumidores procuram, nos produtos, informações sobre o impacto ecológico do próprio produto;
  • 43% dos consumidores afirmam que uma embalagem ecológica torna mais provável a compra do produto, sendo que, destes, metade acreditam que isso aumenta o valor do produto.

É o Super-Homem? É o Batman? É a Greta Thunberg? Não, é a Bluesoft!

A sustentabilidade não é apenas uma preocupação ambiental. A sustentabilidade é uma oportunidade de negócio.

E é essa oportunidade de negócio que nós queremos que agarre. Não é fácil uma marca conseguir um posicionamento green, amiga do ambiente, eco-friendly, sustainable lifestyle lower carbon footprint cenas. Mas é possível. A educação ambiental é possível. E o maravilhoso mundo do Marketing Digital ajuda bastante. Nós, Bluesoft, enquanto empresa de referência no Marketing Digital, fazemos “o resto”, que é como quem diz, tudo.

As manifestações fazem-se na rua, mas também se fazem no digital. É lá que vamos colocar a sua empresa. De cartaz em punho e garganta afinada. Com a delineação de uma estratégia de SEO sólida, conseguimos posicionar a sua marca green na primeira página do Google pelas keywords green que as pessoas procuram (85% de toda a navegação começa no Google). E, sim, a página será reciclada, não se preocupe.

Identificamos, analisamos e estudamos o público-alvo da sua marca. Desenvolvemos toda a tecnologia à medida, de acordo com todas as boas práticas digitais de optimização com os motores de pesquisa (SEO – Search Engine Optimization). Desenvolvemos conteúdos orientados ao público-alvo e optimizados para uma máxima visibilidade orgânica.

Trabalhamos a reputação e marketing digital da marca: acompanhamento e optimização do website e lojas no online, redes sociais e todos os activos ou plataformas digitais. Tornamos a sua marca autoridade digital no seu sector de actividade.

Está na altura de salvarmos o planeta. Pelo caminho, ainda aproveitamos para salvar a sua marca. Sem lágrimas nem murros na mesa.

publicado na Bluesoft

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rugas

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Um lar de idosos é uma casa vazia e triste. Aqui, nesta história, é um poema, nunca deixando de ser uma casa vazia e triste. Emílio é velho e mora agora nesta casa, cheia de velhos e vazios como ele. Emílio não se lembra, pouco a pouco vai perdendo passado, vai esquecendo e vai deixando de existir. Mas vai lutando, tentando encontrar solução para o que não há, outro caminho para outro destino que não o único que existe. Uma luta triste, com sopa, medicamentos e solidões. Emílio tem o destino traçado, e Paco tem, nos traços, corações.

Uma história bonita sobre o outono da vida, sobre a melancolia fatal da realidade. Vazia e triste, porém, poema.

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regresso às aulas

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Há sempre uma altura do ano em que regresso às minhas lembranças do meu regresso às aulas. Foi há tanto tempo, parece ter sido agora. Estojo com canetas azul, preta e vermelha, um lápis, uma afiadeira e uma borracha verde ou vermelha com uma das pontas azul. A borracha nunca servia para apagar nada, mas sim para escrever ANDRÉ em letras grandes com o tipo de letra dos Metallica ou então BOSS bem vincado para que toda a gente visse a minha habilidade a inglês.

Os meus primeiros livros da escola eram envolvidos por uma capa semi-transparente com desenhos das Tartarugas Ninja. O único momento em que via a capa original era quando ia com a minha mãe comprar os livros à papelaria Jota. Em casa, lá se dedicava o meu pai à encadernação. Para não estragar e, também – essencialmente -, para não me assustar tanto. Pouco depois, a disciplina de Estudo do Meio tinha-se transformado no Donatello e no Leonardo a praticar artes marciais.

Dentro dos livros, as folhas que tinham toda a matéria para o ano, depressa se tornavam autênticos diários de pré-adolescente. Letras de músicas dos Nirvana e dos Ornatos preenchiam a parte rebelde, poemas do Ary dos Santos a parte mais coraçãozinha.

Sempre fiquei na primeira ou na segunda mesa, junto ao professor. Número dois ou número três. André Pereira. Presente. Sem fazer barulho, atento à aula e às miúdas novas. Voltava a escrever no livro. A aula acabava sempre cinco minutos antes de tocar a campainha. Esquecia a dos olhos verdes que os meus já desenhavam a equipa para os 10 minutos de intervalo. Não vou à baliza. A mochila faz de poste e é roda bota fora. Sonho real. Benfica, Rui Costa, Terceiro Anel, melhor em campo, capa de jornal. Toca a campainha para dentro. Bem pior que sofrer um golo. Regresso às aulas.

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