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Março, 2022
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vitorino sem angústias

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Tenho a impressão de que o meu gato sabe tudo da vida e por isso é que não anda para aí com angústias sobre o que é ou deixa de ser. Limita-se a viver, e viver assim, desta maneira, parece-me ser demonstração de uma inteligência fora do vulgar, inteira. Desde que tenha comida e protecção, o meu gato está onde tem de estar, aqui, e é o que tem de ser, feliz. É, pelo menos, o que me parece. Tem, também, um ou outro coração que lhe dá colinho, festinhas e algumas palmadas – que tantas vezes merece, tantas vezes de mim -, e isso é capaz de ajudar à minha crença de que ele é feliz. Espero que sim. Ele não me diz.

Vitorino, a viver sem angústias – e com algumas palmadas, que tantas vezes merece – desde 17 de Março de 2016.

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é a maria, e a maria sou eu

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A Neide é a Maria, e a Maria sou eu – eu sou sempre o que escrevo, e a Neide é sempre o que ela quiser. Ela pediu-me palavras, eu escrevi Maria. Sem lugar.

MARIA SEM LUGAR
Teatro, Monólogo
25 de Março, 21h
Auditório Municipal Padre Bento da Guia, Moimenta da Beira

Sinopse: Maria não tem lugar porque não sabe que lugar é o seu. Maria tem dúvidas sobre o que é e sobre o que quer, mas tem certezas de que o seu lugar nunca é o lugar onde ela está. Ao longo de 40 minutos, Maria desabafa a sua normalidade que tanto parece anormal aos olhos do mundo segmentado e polarizado dos dias de hoje. Uma mulher e algumas palavras num palco que, naturalmente, também não sente como seu.

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uma coisa que não tem nome

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“Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos”. As palavras de Saramago deram origem a esta coisa que tem o meu nome, o nome do Ruben e o nome do Nuno. A estes, juntaram-se outros nomes, de alunos das escolas secundárias Francisco Rodrigues Lobo e Domingos Sequeira. Tantos nomes, uma só ideia: criar.

Ao longo de cinco sessões – a primeira foi esta semana – iremos explorar o processo criativo através de três artes: Escrita, Música e Fotografia. Em cada sessão, uma peça artística de cada arte: todas as semanas, a divulgação dessa peça artística nas páginas de Instagram e de Facebook do projecto; no dia 9 de Abril, a divulgação de todas elas numa exposição na Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira.

Por enquanto, arte. Toda essa coisa de tantos nomes que existe dentro de nós.

Aqui.

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quietinhos e caladinhos

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Hoje é o Dia da Mulher. Mas, homens, muita atenção! Não podemos dizer que hoje é o Dia da Mulher. Qualquer menção ao Dia da Mulher, qualquer gesto de carinho para com a mulher neste dia, apenas vai reforçar a discriminação do homem em relação à mulher por haver um Dia da Mulher. Portanto, nada de dizer que hoje é o Dia da Mulher. E nada de gestos carinhosos, de beijos, de poemas, de chocolates, de flores, de jantares. Não devemos pronunciar Dia da Mulher em lado nenhum, em nenhum momento. É discriminatório. Reforça a desigualdade. A mulher que aproveita o Dia da Mulher para condenar o Dia da Mulher não quer que o homem aproveite o Dia da Mulher para elogiar a mulher. Deixemos a mulher criticar, no Dia da Mulher, quem utiliza o Dia da Mulher para não a criticar. Deixemos a mulher usar o Dia da Mulher como bastião de uma relevância que a mulher não precisa de ter (pela simples razão de a mulher já ser igual e não precisar de nenhum dia para que essa evidência seja realçada) para ela criticar quem usa o Dia da Mulher como bastião de uma relevância que a mulher não precisa de ter (pela simples razão de a mulher já ser igual e não precisar de nenhum dia para que essa evidência seja realçada). Hoje é o Dia da Mulher. Mas, homens, muita atenção! Vamos defender a igualdade, obedecendo, quietinhos e caladinhos, às ordens da mulher.

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não ter medo não existe

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Não ter medo não existe. Todos temos medo. Quem foge e quem luta. Quem diz que não tem medo não quer dizer que não tem medo, quer dizer que tem coragem. “Não tenhas medo”, “Por que é que tens medo?”, “Não sejas medricas” são frases de uma narrativa da fraqueza sobre o medo que nos é metida pela goela abaixo desde o berço. Ter medo não é fraqueza. Só é corajoso quem tem noção do perigo que enfrenta e que teme. Não é corajoso quem enfrenta o que não faz mal, o inofensivo. A coragem vem da noção da existência do medo, não da sua negação. Todos temos medo. Sobretudo quem acha que não.

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