de lá voltar
Não são saudades de ser criança, são saudades de lá voltar, ao sítio que se era. Só para saber como se faz, como se brinca, como se ri, como se sente, como se confia. Só para isso. Seria breve, que a vida é breve, e bela também, assim, mas seria, embora breve, embora bela, seria, com fim, para voltar. Iria lá longe, lá dentro, bem debaixo das camadas do medo que a vida trouxe, só para saber como se faz, como se era, como se é, como essência. Só para saber disto que sou quando era tudo em bruto, sem metades. Não são saudades de ser criança, são vontades de ser esperança em permanência. E não um conjunto de camadas que, de tantos medos, são tantos nadas.