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ela à minha espera

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Três dias depois, regressei a casa. Não foi tempo nenhum, mas foi tempo suficiente para estar ausente ela à minha espera. Esteve o dia inteiro a pensar na melhor forma de me dizer saudades e de se mostrar contente, feliz, eufórica por me voltar a ver – mesmo que por apenas três dias ausente. Foi buscar os meus dois livros e uma das minhas pulseiras. Foi buscar um boneco do Benfica. Foi buscar o senhor Alfredo, tão importante para mim como para ela, tão família minha como família dela – foi ele, este homem de bigode muito parecido com uma marioneta, que lhe alegrava todas as noites de um ano quando ela era pequenina, quando me ligava em videochamada, não para falar comigo, mas com o senhor Alfredo que, todas as noites de um ano quando ela era pequenina, falava com ela com a inocência de um homem do campo que a fazia rir e estar atenta e rir e perguntar e rir e falar e rir e, acima de tudo, acreditar. Escreveu-me que eu era fixe e escreveu o que o Vitorino lhe disse para mim. Escreveu-me um desenho e escreveu-me um poema. Recebeu-me assim, com a vontade mais pura e inocente de me agradar. E eu, chegando, deixei-me abraçar. Mas, acima de tudo, acreditar.

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