a aceitação do caos
Tenho de aceitar este meu caos. Gostava, ou gostaria?, está bem das duas maneiras, mas uma é mais certa do que a outra, será que é certo afirmar que uma maneira é mais certa do que a outra?, não necessariamente uma maneira, mas alguma coisa ser mais certa do que outra coisa, assumindo que ambas são certas?, se ambas são certas, o que interessa além daí?, é como usar pontos de interrogação a meio de frases, ou letras minúsculas ou vírgulas depois de pontos de interrogação, será?, não sei, ou não usar pontos finais, cuspir na, pontuação; certa! e andar por: aí escrevendo o que bem me apetecesse da maneira que bem mapetcêsse, caraças, usei o gerúndio, adoro usar o gerúndio, pouca gente usa, dá a ideia de erro, mas só dá essa ideia a quem, não sabendo escrever ou não sabendo saber, que ainda é mais grave, é um erro, e agora estou a confundir quem me lê por não estar a acompanhar esta barafunda de, ora aqui está outra palavra bonita, barafunda, gosto, não sei bem por que razão, até porque, escrita, não é lá muito bonita, e dita também não é linda, mas é o que é, gosto da palavra, não tenho de arranjar uma justificação lógica para gostar dela, ou tenho?, como se o amor, oh não, lá vem ele falar de amor, não, não vou, porque agora emperrei, aqui está outra palavra gira, ou melhor, outra conjugação de uma palavra gira, emperrar, numa interjeição, é oh não ou ó não?, ou tem vírgula lá no meio?, eu acho que tem, mas não a usei, também não a vou usar agora, que já foi numa linha passada, perceberam a graça?, uau, muito giro, avançando, não saindo do lugar, a verdade é que gostaria, vamos manter gostaria, sim, de ser organizado, de ter a minha vida arrumadinha, as minhas meias, os meus apetites, as minhas palavras, os meus ódios, tudo ajeitadinho num degradê de cores, da mais escura para a mais clara, como se fosse uma mensagem subliminar para os fios condutores, possivelmente eléctricos, da minha vida, olhem lá, oh seus mandriões, ou ó seus mandriões, clareiem-me a vida, se fazem favor, ora aqui está outra conjugação bonita, estou cansado comigo. Tenho de aceitar, eu sei que tenho, eu juro que tento, mas não consigo.