andré contra andré
Não está nada partido. Quase nada. Talvez uma luxação. Talvez. Não se vê. Não aqui. Bati com a mão fechada numa parede. Ninguém me bateu. Só eu. Tendo a ser violento comigo quando não sei lidar com o que tenho. Esmurro paredes, mordo dedos, dou chapadas no peito. Só isso. Só. Não o deveria fazer, eu sei, tenho noção. Ninguém o deveria fazer. Por nenhuma razão. Mas, por vezes, vai além das sabedorias e das razões. É só vontade, necessidade, urgência de transferir a dor de um lugar, o de dentro, para outro, o da pele. É o André a lutar comigo e eu a lutar com ele. Sem sentido, à porrada. Não está nada partido. Quase nada.