dá a patinha
Quando veio, ficou. Pequenino, aos pulos, comigo. Correu, sorriu, brincou, entristeceu, ganiu e agora voou, e eu perdi um amigo. O Freud estava velhinho. Já mal se mexia, gemia, e já não sabia ser cão. No último dia, foi ninho. Foi ele que nos deu carinho, nos olhou devagarinho e nos lambeu o coração. Ele tinha o dele de criança, de puto reguila, velho teimoso. O coração também se cansa. O dele, maior do que a pança, deixou-nos o tempo-lembrança, deixou-nos o rosto chuvoso. Resta a alegria que tinha, que dava aos outros e aos seus. O resto é vida sozinha. Amor, dá a patinha. Senta, deita… adeus.