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se a religião

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Se a religião, ou parte dela, ou grande parte dela, ou quase toda ela, assegura uma deslumbrante vida após a morte, ou durante a morte que, basicamente, é isso que se defende, pois bem, se é isso que a religião permite, então, aqueles que matam por ela amam as suas vítimas. Aqueles que matam por ela querem o bem das suas presas inocentes porque querem que elas morram, ou querem que elas morram porque querem o seu bem, seu, delas, não deles, porque eles continuam por cá a impor, coitados, trabalho duro e pesaroso, a vida eterna, carregadinha de paraísos, nuvens, anjos e virgens, a quem por cá anda. Matando, despacham o processo de chegada à, aleluia, aleluia, vida eterna, aleluia, aleluia, ao paraíso, aleluia, aleluia ou lá ao que existir nessa coisa infinita, aleluia, aleluia. Maravilhoso amigo o que nos deseja o prazer, o regozijo, a imortalidade, a delícia do céu da vida eterna, obrigando-nos a dizer adeus ao triste e horrível e mau e ruim inferno que é a vida que agora pisamos. Os que nos odeiam, os que nos querem matar, os filhos da puta dos terroristas que nos matam pela religião são os filhos da mãe dos altruístas que mais nos amam, que se preocupam connosco do fundo do seu tique-taque no coração. E, assim, por enquanto, por fim, daqui se lê que, ou quem nos mata é estúpido por não se matar sozinho ou somos nós que não entendemos a sua encantadora e peculiar forma de amar. De todo o modo, não querendo dizer que não ao amor, não querendo rejeitar a afeição maior que o mundo, este, vivo, tem, peço que me deixem não entender, que me deixem ser e estar e viver, ou ir vivendo e deixando viver, prefiro assim, do que compreender e matando, deixando-me morrer.

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