uma espécie de batota
Quem me vê sozinho, não me vê sem um livro. Ando sempre com um para não me sentir apenas um – por medo do vazio aonde isso me possa levar. Andando sozinho, com um livro, não ando sozinho. O livro é-me companhia, é-me bóia de salvação para quando começo a ficar sem forças por falta de talento para estar assim, só eu, em mim. É uma espécie de batota, eu sei, andar com alguém que não é alguém, que é só papel, mas sem ele custa mais andar, estar e permanecer quando ando, estou e permaneço sozinho – que, em boa verdade, é quase sempre. Mesmo quando estou acompanhado sem um livro. Com gente.