hello@domain.com +00 999 123 456

todas as coisas maravilhosas

Comentários fechados em todas as coisas maravilhosas bloco de notas, teatro

Vi a minha vida dita por ele. Vi eu e toda a gente, que toda a gente sente o que se disse, se cantou, se ouviu, se chorou. Se não fosse verdade, bonita e feia como deve ser, alegre e triste como se vê, não teria chorado com vontade, e eu chorei, toda a gente chorou. Porquê? E riu, que a vida é bela e tem canções, pessoas aos trambolhões, gelados! Mas chorou, que a vida dela era depressões, pessoa às desilusões por todos os lados. Esta peça – que não é peça, que é teatro e que, por isso, é vida – sou eu, também. Já alguém ponderou a morte? Decidida. Sou forte, por sorte ainda ninguém disse é a vida, morreu. E a felicidade, doutor? Será ela verdade? Nunca lhe tive vontade, só horror, temor, terror, nem amor. Serei alguma vez o que escrevi? Coisas maravilhosas que acho da vida, que vi, toquei, cheirei, comi, mas que, em papel, não existem… Nem sei qual é o meu, nem sei sequer quem sou eu, não quero ser dos que desistem. Não sou. Por isso, vou. E o meu cão também lá estava, centro da vida, vida que escava, e escavei eu, ainda escavo, ao ouvir o Palma e a Regina e tudo o que… Bravo! Bravo! Aplausos de toda a gente a toda a gente que viu a vida dita por ele. Disse a minha, também. Ali, inteiramente sozinha. Sem. Querida, bondosa, moída, chorosa. Que ela não desista, que nela há uma lista com esta peça – que não é peça, que é teatro e que, por isso, é vida -, coisa maravilhosa.

Comentários fechados.