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todas as coisas que há

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Ele está sempre feliz – pelo menos, aparenta. E aparentar já é meio caminho andado para estar. (De vez em quando, lá temos de nos obrigar.) Porque ele tenta. Parece que inventa qualquer coisa feliz que lhe diz que a vida não se vive de outra maneira que não desta, na brincadeira. Brinca com as palavras e com as situações, brinca com o que não acontece e com as canções. Brinca com as coisas vulgares e dá-lhes uma importância maior, dá-lhes outros lugares, dá-lhes o mesmo amor que dá à vida em si. Porque, para ele, é isso mesmo a vida – todas as coisas que há. Sempre sem despedida porque a vida sempre está. E é com este amor pela vida sem excepção, ou por esta aparência neste amor, que eu vejo o meu pai como vejo um coração, seja ele o que ele for.

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