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PRAIA DO PEDRÓGÃO

Quem conhece a Praia do Pedrógão, conhece Manuel. Foi lá que ele nasceu, foi lá que ele cresceu e é lá que ele quer continuar a viver e a trabalhar até não conseguir mais. “Nunca pensei sair daqui. E, se ainda não saí, já não saio”, diz, e continua. “Meteu-se-me na cabeça desenvolver a minha terra, e acho que tenho conseguido”. Parece que sim. Pelo jeito como as pessoas lhe falam e pelo jeito como os lugares, calados, dizem as memórias que guardam. O café Casino, que abriu quando tinha 17 anos, é uma espécie de ponto de encontro para as gentes que passam pela praia. As esplanadas, há pouco tempo destruídas pelo temporal e agora renascidas por Manuel, são lugar de peixe à mesa e pés na areia. A discoteca Stressless também diz memórias, mas é Manuel quem não quer lembrar. “Evito lá entrar, é um choque muito grande”, quase chora. Agora, é só um esqueleto do que foi. Ele, tendo sido tanto, é feliz. Levanta-se às quatro da manhã e vai para o mar. Pega no barco e nunca sabe quando volta. Por vezes, até faz para se demorar, preferindo, à terra, o mar. “É uma paixão minha”, volta a sorrir. Ao voltar, traz robalo, linguado, raia, pregado, dourada e cansaço. Mas tudo passa quando veste o avental e se põe ao grelhador. Há dias em que só o deixa à noite. “É amor. Faço tudo com amor”.

[uma parceria com a Rede Cultura Leiria 2027]

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