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primeiros parágrafos
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não-humano

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“A minha vida tem sido vergonhosa. Não consigo sequer imaginar como deve ser viver como um ser humano”. São estas as primeiras palavras do primeiro livro que li este ano. Uma maravilha da literatura japonesa – na verdade, não conheço mais, mas esta, que conheço, é um mimo. E é triste, como qualquer maravilha que se preze.

Não-Humano, de Osamu Dazai.

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1984

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“Era um dia claro e frio de Abril, nos relógios batiam as treze. Winston Smith, queixo aninhado no peito, num esforço para se proteger do malvado vento, esgueirou-se depressa por entre as portas de vidro das Mansões Vitória, não tão depressa, porém, que não encontrasse com ele um turbilhão de poeira arenosa”.

George Orwell

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cem anos de solidão

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“Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo. Macondo era então uma aldeia de vinte casas de barro e taquara, construídas à margem de um rio de águas diáfanas que se precipitavam por um leito de pedras polidas, brancas e enormes como ovos pré-históricos. O mundo era tão recente que muitas coisas careciam de nome e para mencionálas se precisava apontar com o dedo”.

Gabriel García Márquez

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as intermitências da morte

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“No dia seguinte ninguém morreu. O facto, por absolutamente contrário às normas da vida, causou nos espíritos uma perturbação enorme, efeito em todos os aspectos justificado, basta que nos lembremos de que não havia notícia nos quarenta volumes da história universal, nem ao menos um caso para amostra, de ter alguma vez ocorrido fenómeno semelhante, passar-se um dia completo, com todas as suas pródigas vinte e quatro horas, contadas entre diurnas e nocturnas, matutinas e vespertinas, sem que tivesse sucedido um falecimento por doença, uma queda mortal, um suicídio levado a bom fim, nada de nada, pela palavra nada.”

José Saramago

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bestas de lugar nenhum

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“Começa assim. Sinto comichão como insecto que rasteja na pele, e depois cabeça começa a picar mesmo no meio dos olhos, e depois quero espirrar porque o meu nariz comicha, e depois bufa ar no ouvido e ouço uma data de coisa: tique-tique de insecto, ronco de camião como animal, e depois alguém que grita ÀS VOSSAS POSIÇÕES JÁ! RÁPIDO! RÁPIDO! RÁPIDO! TUDO A MEXER! TOCA A ANDAR OH! com voz que raspa no meu corpo como faca”.

Uzodinma Iweala

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o amor é fodido

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“Quanto mais vou sabendo de ti, mais gostaria que ainda estivesses viva. Só dois ou três minutos: o suficiente para te matar. Merecias uma morte mais violenta. Se eu soubesse, não te tinha deixado suicidar com aquelas mariquices todas. Aposto que não sofreste quase nada. Não está certo. Eu não morri e sofri mais do que tu. Devias ter sofrido. Porque eras má. Eu pensava que não. Enganaste-me. Alguma vez pensaste no que isso representou na minha vida miserável? Agora apetece-me assassinar-te de verdade. É indecente que já estejas morta”.

Miguel Esteves Cardoso

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