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o ser de ser pai

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Simples palavra de homem que faz,
homem que lavra a palavra que traz.
Sangue nascido de punho cerrado,
ventre perdido de ser encontrado.
Corpo maduro de vida na mão,
leito seguro do novo embrião.
Sonhos cercados de sonhos na terra,
olhos chorados de balas na guerra.
Voz que ameaça, birra que passa.
Criança que chora, por dentro e por fora.
O riso demora, mas volta mais puro,
e o riso de agora é o som do futuro.
Homem, menino, velho, criança,
ferro do fel, fiel da balança.
Filho que é e não deixa de ser,
feto parido do ai da mulher.
Braço que embala o berço da cama,
voz que serena a voz que o chama.
Aparência da força que deve sentir,
decência que tem quando a tem que despir.
Início de tudo, semente de vida,
grito de mudo, de voz destemida.
Gestos de bruto, de tudo o que tem,
cabeça de puto, coração de mãe.
Hoje, amanhã, tudo o que for,
noite, manhã, único amor.
Silêncio que fica, palavra que vai,
o ser de sentir, o ser de ser pai.

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