marketing: uma coligação
Para escrevermos um completíssimo artigo sobre Marketing Político e Marketing Digital temos de, em primeiro lugar, explicar o que é Marketing Político e o que é Marketing Digital. Faz parte das regras para escrever completíssimos artigos. Este não é um deles. Mas nós explicamos na mesma.
O que é o Marketing Político?
Marketing Político é uma série de técnicas de publicidade que têm como principal objectivo manter a ligação entre um político e o seu eleitorado. Mas não só. A ideia também é conquistar mais eleitores nas próximas eleições.
Não havendo Marketing Político, o eleitorado de determinado político não sabe o que este anda a fazer nos corredores do parlamento (assumindo que lá vai, como é óbvio).
O que é o Marketing Digital?
Por seu lado, Marketing Digital é… bem, para o amigo leitor estar aqui é porque sabe claramente o que é Marketing Digital, certo? De qualquer forma, nunca fiando: Marketing Digital é um conjunto de acções que uma entidade faz online com a intenção de conseguir novos negócios ou objectivos, criar relações e desenvolver a identidade digital da sua marca.
Para isso acontecer, há que pôr em prática algumas estratégias, das quais se destacam o Marketing de Conteúdo, o SEO (Search Engine Optimization) e o Inbound Marketing.
Marketing para Políticos – Marketing para Totós?
É indispensável que os políticos tenham uma mínima noção do que é fazer marketing. E, visto que, hoje em dia, vivemos todos coladinhos às viscosas paredes de uma bolha chamada Internet, é essencial que os políticos dominem a cena*
*viram como nós acabámos de usar uma expressão bué da jovem só para captar a atenção dos catraios? Isto é que é ser tótil influencer…**
**não, não é. Os jovens já não dizem bué da nem tótil. Aliás, os jovens já não são jovens, são millennials.
Vá, já chega de asteriscos. Vamos ao que interessa: António Costa, Rui Rio, Assunção Cristas, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa, este artigo (também) é para vocês. Esqueçam tudo aquilo que vocês têm feito nas vossas redes sociais. A nossa sugestão é mesmo fazerem um Delete, um CTRL+ALT+DEL ou até mesmo um Format C: ENTER.
Se a ideia é aproximarem-se do vosso eleitorado, não está a funcionar. Se a ideia é atraírem mais gente para a vossa caravana política, também não está a funcionar. Passamos a explicar.
(dêem-nos só um segundinho para irmos ali falar com o nosso “eleitorado” de forma a que ele perceba o que lhe queremos dizer) – perceberam a dica?
Olá de novo, caro leitor. António Costa, Rui Rio, Assunção Cristas, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa. Estes são os líderes dos maiores partidos portugueses. Foquemo-nos nestes e foquemo-nos no Twitter, uma das redes sociais que tem sido mais usada por políticos e pessoas que, não sendo políticos, têm intervenção nessa área: António Costa tem 80 mil seguidores, Catarina Martins tem 66 mil, Assunção Cristas tem 3 mil, Rui Rio tem 3 mil e Jerónimo de Sousa nem sequer tem Twitter. Costa, Catarina, Cristas e Rio tem uma miserável média de 100 likes por tweet. Jerónimo de Sousa não tem likes porque não tem Twitter. Chega a ser confrangedor. A dona Fernanda da mercearia da nossa rua tem mais engagement do que qualquer um destes engravatados.
Isto acontece porque nenhum deles está a desenvolver uma estratégia de Marketing Político Digital. É que nem é boa nem má. Não existe.
Marketing Político Digital – Uma maioria absoluta
O que seria se a estratégia política tivesse, como base, uma estratégia de Marketing Digital? O que seria se os políticos se fizessem, realmente, ouvir? O que seria se, de facto, houvesse uma comunicação política mais eficaz?
Hoje em dia, imensa gente consegue alcançar imensa gente. Mas a esmagadora maioria dessa imensa gente não tem qualquer poder de decisão. Imagine que alguém que consegue alcançar essa imensa gente consiga, de facto, decidir. Tenha, de facto, poder.
Imagine pesquisar por “melhor salário” e aparecer-lhe, na primeira página do Google, a página do Político X. Imagine pesquisar por “direitos humanos” e aparecer-lhe, na primeira página do Google, a página do Político X. Imagine pesquisar por “combate ao racismo” e aparecer-lhe, na primeira página do Google, a página do Político X. Imagine pesquisar por qualquer termo ou expressão que esteja na ordem do dia e – sim, já sabe o resto da frase – aparecer-lhe, na primeira página do Google, a página do Político X.
E atenção que esta não é nenhuma referência Professor X dos X-Men. Deixemos o Xavier em paz e voltemos à verdadeira luta contra o mal que, neste caso, é a ausência de uma estratégia política digital no nosso país.
Costa, Catarina, Cristas, Rio e Jerónimo, ainda estão aí? Aqui ficam algumas dicas. Não precisam de agradecer:
Principais estratégias do Marketing Político:
- Desenvolver uma marca política
- Construir uma comunidade
- Investir em conteúdo
- Marcar presença (com estrtatégia) nas redes sociais
Há congressos, convenções, reuniões e tudo o mais. Tudo muito importante para o partido, mas tudo muito apenas para o partido. O que seria se vossas excelências olhassem o que se passa fora? O que seria se pegassem no que se passa fora e criassem uma estratégia de Marketing Digital, de Marketing de Conteúdo constante (baseado em temas trend e em pesquisas reais), de forma a obterem posicionamento orgânico face aos meios? O que seria se se transformassem numa autoridade digital? Tentem.
Depois nós podemos ficar com a pasta do Ministério do Marketing Político Digital. Até breve, futuros influencers!
publicado na Bluesoft