carnaval
Nunca fui muito do Carnaval, culpa da alegria, que nunca me fascinou muito por aí além. É estupidez, eu sei, é melhor ser alegre que ser triste, mas eu nem sou uma coisa nem outra, estou é mais vezes triste do que alegre. Neste dia, na escola, em pequenino, sempre fui de Zorro. Todo de preto, talvez fosse já um manifesto anti-cor, anti-regime, anti-alegria. Não é que não goste da alegria, apenas desconfio dela. Parece mais leve e mais fácil, e essa leveza deste ser é-me constantemente insustentável. Hoje sou Zorro, domingo sou Pierrot. Hoje sou rebelde de negro, domingo palhaço de lágrima. Faz algum sentido. E, pensando bem, sentindo muito, acho que nunca me mascarei. Sempre fui eu. Talvez por isso nunca tenha sido muito do Carnaval.