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um autêntico festival

Comentários fechados em um autêntico festival bluesoft

Amigo leitor, como está? Antes de começarmos a nossa conversa, deixe-nos lançar-lhe um desafio: abra o Google e pesquise por “publicidade paga”. Muito bem, qual o primeiro site que lhe aparece? Exactamente. Agora, pesquise por “publicidade orgânica”. Qual o primeiro site que lhe aparece? Isso mesmo. Sabe por que é que isso acontece? Porque nós sabemos o que estamos a fazer. E porque dominamos a Internet, claro. Ou parte dela, vá. Só aquela que queremos.

Publicidade Online – tudo é Publicidade, tudo está online

Divulgação de uma marca, ideia, produto ou serviço através das ferramentas disponíveis na Internet. Muito resumidamente, é isto a publicidade online. Aprofundando um bocadinho mais a sua definição, podemos dizer que a publicidade online pode ser colocada em prática através das redes sociais, de sites próprios ou de e-mails. O essencial é garantir o investimento em publicidade na Internet, uma vez que esta é uma rede onde está, bem vistas as coisas, toda a gente. 

Temos os banners, os links patrocinados, o e-mail marketing e muitas outras formas de chegar ao cliente. Não esquecer as nossas queridas keywords e técnicas de SEO (Search Engine Optimization).

Todos sabemos o que é publicidade online e o que é necessário para que ela nos ajude a atingir os nossos objectivos. Falámos de publicidade online no tal artigo para o qual o amigo leitor é encaminhado assim que pesquisa por publicidade paga e/ou publicidade orgânica. Publicidade digital, objectivos da publicidade, objectivos da marca, estratégias de marketing, está tudo lá. 

O que é a Publicidade?

Mas vamos dar um passo atrás. O que é a publicidade? O Dicionário Priberam da Língua Portuguesa diz que é um substantivo feminino; qualidade do que é público; vulgarização, divulgação; promoção de produto ou serviço através dos meios de comunicação social; mensagem que publicita esse produto ou serviço = anúncio.

Ora, o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa diz muita coisa, mas não diz tudo. E o que nós acabámos de fazer aqui foi publicidade orgânica (porque o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa não nos paga) ao Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Mas vamos ainda mais a fundo nisto da definição de publicidade. 

Publicidade é dar a conhecer um produto incitando ao seu consumo. É a chamada arte de sedução. Por exemplo: se, hoje, noite de São Valentim, o amigo leitor está a ler este artigo, é porque fez uma má publicidade de si próprio ao seu alvo amoroso. Voltemos ao que nos trouxe cá – ou melhor, ao que o trouxe cá. 

A publicidade envolve muito mais do que a compra de um produto. Publicidade também está presente nas nossas relações sociais e culturais. É por isso que os publicitários estão sempre atentos às tendências culturais e comportamentais da sociedade. Assim, a identificação com o consumidor é muito mais próxima. 

Ou seja, a publicidade é um espelho da sociedade da sua época, uma vez que reproduz os comportamentos e os valores vigentes. 

Publicidade Paga – A Conta vem no Fim

Não há cá almoços grátis. E, por almoços, dizemos publicidade. Bem, em rigor, a publicidade pode ser grátis per se (ui, uma expressão em latim só para marcar aquela posição), mas acaba por envolver sempre um investimento. Podemos falar de publicidade orgânica (não paga) mas, agora, vamos falar de publicidade paga. 

A publicidade paga tem uma grande variedade de benefícios para as empresas, sendo que os mais comuns são os seguintes: 

  • Várias opções de publicidade direccionada que podem encaixar nos mais variados tipos de orçamentos;
  • Aumento do reconhecimento da marca;
  • Maior facilidade em atingir o seu público-alvo. Mas, como já falámos por diversas vezes, a publicidade paga tem os seus defeitos, entre os quais se destacam o alto custo, o tempo limitado e a concorrência elevada. 

Em qualquer um dos casos, há que ter atenção a um tipo de publicidade que ainda afecta mais do que qualquer outra: a publicidade enganosa. Se o cliente se sentir enganado ou, pior, se tiver a certeza de que está a ser enganado, é o fim. 

Fyre Festival – Os Piratas das Caraíbas 

Foi o que aconteceu com o Fyre Festival, um festival de música que teria lugar em 2017, numa praia paradisíaca das Caraíbas. 

Teria lugar porque, de facto, nunca chegou a acontecer. Se vai varrendo, como nós, todas as séries e documentários que aparecem na Netflix, então já deve ter visto ou, pelo menos, ouvido falar deste “Fyre: o Grande Evento que Nunca Aconteceu”. Em pouco mais de uma hora e meia, pode ver os bastidores do fracasso deste festival. 

Muita coisa aconteceu para que tudo terminasse assim. Essencialmente uma que, neste caso, é a que mais nos importa abordar: a importância das redes sociais na sua divulgação e, também, na sua condenação.

Uma “experiência musical imersiva”. Era assim que o Fyre Festival se apresentava. Teria lugar em 2017, no cenário idílico das Caraíbas, com miúdas maravilhosas, homens carregadinhos de abdominais e comida, bebida e música até à eternidade. 

Fyre Festival On Fyre

A estratégia dos organizadores – Billy McFarland e Ja Rule – era simples: seduzir os chamados influencers que navegam nos mares das redes sociais. Então, começaram por fazer uma festa na ilha com supermodelos e influenciadores. Bella Hadid, Alessandra Ambrósio, Hailey Baldwin, Emily Ratajkowski, Kendall Jenner, Elsa Hosk, Lais Ribeiro e muitas outras foram filmadas a correr pela praia, a mergulhar, a comer, a beber, a andar de jetski … Águas transparentes, areia branca, enfim, um autêntico paraíso. Tudo vivido por estas beldades. Tudo partilhado no Instagram. Tudo num vídeo promocional bem filmado, bem editado, bem tudo. 

Em 48 horas, foram vendidos 95% dos bilhetes, que custavam uma batelada de dinheiro. De milhares a centenas de milhares de dólares, de acordo com o tipo de acomodação e outros miminhos. 

Mas esses miminhos revelaram-se umas chibatadas. Assim que saíram do avião (comercial e não privativo, como anunciavam no vídeo de divulgação), depararam-se com o inferno: tendas inundadas, desorganização, falta de comida e de água, escuridão, som deplorável, malas perdidas… Até os artistas que deveriam subir a palco começaram a cancelar as suas presenças – Blink-182, Disclosure, Major Lazer, entre outros.

O festival vendeu nas redes sociais só as coisas maravilhosas e deixou de lado os problemas. Um clássico dos tempos modernos. 

Fyre Festival – Internet, We have a problem

Et voilà, começou a demolição. Antes da festa, os organizadores foram expulsos da ilha e tiveram de encontrar outro lugar para fazer a festa. Seguiu-se a criação de um site para denunciar tudo o que estava a acontecer de errado com o evento. De um momento para o outro, o baralho de cartas ruiu.

Um festival que nasceu nas redes sociais acaba por morrer nas redes sociais. Outro clássico. Para o fazer nascer, supermodelos divulgaram o festival nas suas redes sociais. Para o matar, um puto com 400 seguidores colocou uma foto no Twitter com um pobrezinho pão com queijo – muito longe da comida prometida pela organização do Fyre Festival. A ironia dos novos tempos.

Muita gente perdeu muito dinheiro. McFarland, o empresário e mastermind de tudo isto, foi processado e preso. Os influencers também não se ficaram a rir, pois tiveram influência – lá está, com o próprio nome indica – na criação da ilusão deste festival. 

Pode não ter sido um festival de música, mas foi um festival de trafulhice que nos deu duas lições que já deveríamos saber de cor:

  1. não devemos acreditar em tudo o que está na Internet;
  2. o poder da publicidade é assustador. Buh! 

Calma lá, este artigo está na Internet – devemos acreditar nele? Tan taaannn…

publicado na Bluesoft

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