tão lindo
É tão lindo banalizar a morte com a criança afogada. Com o touro espetado. Com o cão degolado. Com o homem enforcado. Com a mulher apedrejada.
E depois disto? Depois desta banalização? Depois desta insana normalidade? Depois deste banho de sangue e de esqueletos e de entranhas servido em ouro aos nossos puros olhos de homens e de mulheres e de crianças? E depois disto? E depois desta morte?
Haverá morte, verdadeira morte, que nos mate verdadeiramente, espetando-nos com a essência da vida, com a sua rara e preciosa e sublime existência, antes de morrermos? Haverá, simplesmente, morte, depois disto? Depois desta morte? É tão feio isto da vida com a linda morte deitada na nossa cama.