o gustavo
Um dos meus melhores amigos fez anos hoje. Vim a casa dele beber cerveja e comer pizza. Vi o Benfica. Falámos da infância e regressei a ela quando, puxado pela lembrança, brinquei com o Gustavo e fui novamente criança. O Gustavo é filho do Cacola, um dos meus melhores amigos, desde os bibes amarelos às barbas brancas que agora temos. E vivemos. Durante tanto tempo que parece perto mas que é afastado. Deitei-me no chão com um Capitão América. O Gustavo tinha, e era, o Homem-Aranha. Tudo real, tudo inventado. Combatemos vilões, salvámos o mundo, e eu recordei corações que tinha lá no fundo.
a lembrança
quando ela vem
– mesmo que esperada –
leva tudo o que nos tem
e nós ficamos sem
nada
só a lembrança permanece
– mesmo que esbatida –
tudo o resto desaparece
e logo adormece
a vida
de todos os que são teus
dói dizer a realidade
além da lembrança, saudade
adeus.