capitã orlanda
PRAIA DA NAZARÉ
“Ó mãe, não sei se sou capaz”, lamentou Orlanda, ainda menina, quando a mãe lhe sugeriu tomar conta do seu negócio de arrendamento de quartos e apartamentos. “Pegas nesta plaquinha, sentas-te ali e perguntas às pessoas se procuram um lugar onde ficar”, respondeu-lhe a mãe. “Pela minha mãe, eu fazia tudo”. Então fez e então ficou – já lá vão 36 anos. A vergonha passou e ela começou a ganhar um gosto que nunca mais a largou. “Hoje é disto que eu vivo e não me vejo a viver de mais nada”. O trabalho dá-lhe tudo o que lhe é importante – “algum dinheirinho” e tantas lágrimas, todas elas de alegria pelas amizades que vai criando com os hóspedes. “Quando se vão embora, ou choram eles ou choro eu”, diz, chorando. Encosta as costas das mãos aos olhos, enxuga as tais alegrias e volta a sorrir. Sorri mais nos três meses de Verão e na Passagem de Ano, no Carnaval e na Páscoa, quando há mais gente à procura de estadia. A dela é sempre ali, na sua terra, com a sua gente, arrendando apartamentos, quartos, rooms, chambres e zimmer. Alegria incluída.
[uma parceria com a Rede Cultura Leiria 2027]