o filósofo da benedita
Ir ao Bigodes é mais do que enfardar uma bifana cheia de mostarda, maionese e gorduras várias. Ir ao Bigodes é mais do que chafurdar numa sopa da pedra carregadinha de tralha boa. Ir ao Bigodes é, também – e essencialmente – sentar-se ao balcão, junto de peludos regos de camionistas e de exagerados tacões de putas, e contemplar. Contemplar os sabores, os cheiros, as coisas e as realidades que roçam as vidas que ali existem na mesma medida que existe quem existe na Nacional 1, de passagem. Como na vida, na verdade.
No Bigodes, há quem contemple eternamente. Não lhe conheço o nome. Pode ser João, Fernando ou Aladino. Pode ser qualquer coisa, que pouco me importa. Mas, podendo ser qualquer coisa, é apenas uma: filósofo. O Filósofo da Benedita. Ele é Kierkegaard, Schopenhauer e Nietzsche, Platão, Voltaire e Sartre. Ele serve bifanas e sopas da pedra como quem pensa na morte, serve camionistas e putas como quem olha longamente para o abismo.
É o habitual, por favor. O quê?
foda-se caralho
Nada supera um bom foda-se caralho. Nada. Nem um mero foda-se nem um solitário caralho. Foda-se caralho. Assim. Lado a lado, coladinhos, encostados, amarrados um ao outro. Sem apartheid linguístico.
Dois seres que são um. Duas palavras que são uma. Duas palavras que deveriam ser uma, fodasecaralho, e que se fodesse o hífen, porque não pode haver um milímetro que seja a separá-las, muito menos um tracinho que, fodasecaralho, é um tracinho. Acaba em inho, qual é a autoridade que tem para afastar esta dupla mais forte e mais densa e mais mais do que uma Romeu e Julieta ou uma Unha e Carne? Fodasecaralho.
Que se reinvente a sintaxe, a gramática, a semântica. Tudo. Fodasecaralho é siamês, é alma do povo português que não tem filtro na língua nem nos dentes. E, sem filtro, há mais verdade. Bonita ou feia, sem saudade nem penitência. Não é ignorância nem ausência de educação, é a importância de dizer as merdas com o coração.
Fodasecaralho é casal que enche a boca e os ouvidos. Só os que não o sentem ou não o dizem ou ouvem mal ou já estão fodidos
crónicas da sala de espera
Dei por mim a reler o Pedro. Sim, o Pedro, não o livro do Pedro, mas o próprio Pedro, o homem, o camarada, o amigo. Reler o Pedro é a única forma de o voltar a ter na cadeira ao lado, a contar-me histórias de música, de mulheres e de jornalismo antigo, daquele que já não se faz. Eu não fazia nada. Apenas ouvia o que ele me dizia, e ele dizia-me tantas vezes para viver e escrever e não ter medo, e eu ouvia, e ele vivia e escrevia sobre o medo que dizia não ter. Ele tinha cancro, todos temos o medo de morrer.
As crónicas sobre os seus tratamentos de quimio e radioterapia que escreveu foram ditas na antena do Rádio Clube, onde partilhámos uma vida inteira de um ano. Antes de as dizer, pedia-me para as ler e para lhe dar opinião, se haveria alguma coisa a mudar. “Nada, Pedro”, dizia. “Só a doença, Pedro”, pensava.
O Pedro juntou todas as crónicas e editou este livro. Morreu pouco tempo depois. Ficámos sozinhos. E é quando o releio que ficamos só os dois.
a vulgaridade do génio
Hoje, tudo é genial. À excepção do génio, que é vulgar. Hoje, ser genial é vulgar, banal, ordinário. Hoje, ser genial é ser o seu contrário. Hoje, é-se genial por um golo, por uma frase ou por uma música. Não é preciso consistência nem talento. Nada é mediano, razoável ou morno – nem mesmo bom. Nada é assim assim. Só assim, genial.
Se cuspimos genialidade a toda a hora a toda a gente que nos surpreende, então estamos a cuspir no verdadeiro génio. Estamos a cuspir no Maradona, no Shakespeare e na Amália. Um puto que mete uma vez a bola no ângulo não é um Maradona, um escritor com likes nas suas frases de Instagram não é um Shakespeare, uma miúda que ganha um concurso de música da televisão não é Amália.
Se dizemos, constantemente, a toda a hora, que aquele é um génio, que palavras nos restam para descrever aquele que, de facto, é um génio? Falha o respeito pela palavra e pelo génio. Se atribuirmos conceitos (que não são delas) às palavras, as palavras perdem força e nós perdemos força com elas. E, sem forças, não vamos a lado nenhum.
Vamos ao extremo buscá-las para lhes dar outros conceitos, outros corpos que vestir. A palavra génio veste o corpo do mediano, do razoável, do morno, do bom e de todas as outras que dizem absolutamente tudo o que simplesmente querem dizer, mas que não dizem nem significam génio. E, assim, pela preguiça de trocar de roupa, ficamos sem saber quem é quem e quem veste o quê. Até as palavras. Essencialmente as palavras.
Tudo é igual, tudo é irrelevante. Não tem nada que saber. É mais fácil assim. É mais simples compreendermos o mundo se o virmos dessa forma. Matam-se as palavras, matam-se os pensamentos. Nivela-se o mundo por baixo e, assim, cabemos todos nele. Aconchegadinhos, inertes e iguais. Sem génios, mas num equilíbrio vulgar, banal e ordinário que nos leva a lugar nenhum.
o soldado que não voltou
Memória. É ela, parece-me, que lhe comanda a vida. Não é o sonho, como diz a canção. O sonho deve ter-lhe morrido no instante em que lhe morreu um camarada por estilhaços de uma granada no meio do mato. Angola ou Guiné, escuridão de certeza absoluta. Ainda hoje.
A guerra, ou qualquer outra coisa muito pior, fervilha-lhe nos gestos, corre-lhe no sangue que lhe corre pelo corpo inteiro, nas pernas que não falham um passo, nas mãos que não falham uma reza, na boca que não falha uma passa do charuto que chupa todos os dias sentado num pequeno muro de pedra. Tem o batalhão inteiro a caminhar com ele e o dever patriótico de cumprir a missão diária que lhe dá razão aos dias.
Não sai da rotina, não muda o trajecto. Só quando chega a mãe, que lhe pede ajuda com os sacos das compras, é que ele despe a farda e sorri, cospe o charuto e fala, larga o tempo e ganha cor. Ela vai embora, ele volta. E volta às voltas que a memória lhe dá. Angola ou Guiné. Oeiras, 2019. Amor de mãe.
rip irreverente
A maneira politicamente correcta de dizer que alguém é homossexual (como se fosse politicamente incorrecto dizer que alguém é homossexual – como se fosse sequer necessário dizer que alguém é homossexual) é dizer que é irreverente. E mais irreverente se torna (ou é tornado por quem o diz) assim que esse alguém morre.
O Beauté era um cabeleireiro irreverente, o Variações era um músico irreverente. Parece elogio, é engano. Parece qualidade, é farpa. Dizer que o Beauté era um cabeleireiro irreverente e que o Variações era um músico irreverente é fazer truque com a língua, é esconder a ofensa numa característica que nem aquece nem arrefece, mas que parece dizer uma coisa muito boa. Não é, é só sonsice de linguagem, é só homofobia camuflada.
Para esta gente politicamente correcta que diz que aquele era aquilo, aquele não era apenas homossexual, era paneleiro, maricas, rabeta, larilas, panasca – a lista de palavras é longa, como a estupidez de quem as cospe. Na sua boca, irreverente é, apenas, eufemismo para o insulto.
Ser homossexual não é ser irreverente, é ser pessoa. Sendo irreverente ou não, é ser, acima de tudo, pessoa. Mas a irreverência é a “qualidade” que lhe parece ser inata. A irreverência é fugir às regras, portanto, é ser homem e apanhar no cu. É o que quer dizer esta irreverência, palavra que, escondida pela suavidade de uma saudável rebeldia, mais não é do que arma de arremesso para quem a usa no contexto do adeus a um gajo do caralho que gostava era de caralho. Qual o mal? Qual a relevância sequer? Irreverente? Irrelevante.
pura anarquia
Uma espécie de Bíblia para os crentes na salvação do mundo através do riso. Deus é Woody Allen e tudo começa com Ele (atenção, letra grande por ser Woody, não por ser Deus) “lutando por conseguir respirar, com a vida a passar à frente dos olhos numa série de vinhetas melancólicas”. Tudo o resto é o que se sabe: Deus a criar coisas sob a forma de crónicas tão vulgares quanto deliciosas.
Ler, ver e ouvir Woody Allen é mergulhar, de cabeça, no caos. É lá que está a criação.
está calor
O jornalista diz que está calor.
No telejornal, no jornal, na revista, no site, em todo o lado. Onde há um jornalista, há um jornalista a dizer que está calor. E, para o jornalista provar que está calor – porque há pessoas que, sentindo calor, podem não saber que o que sentem se trata de calor – debita informação sobre o calor. Depois, mostra imagens de pessoas com calor e apresenta grafismos que indicam que, é verdade, está calor. Em estúdio, o jornalista entrevista um especialista em calor que diz que, realmente, está mesmo calor. O jornalista confirma que, realmente, está mesmo calor e passa, com alguma lentidão devido ao calor, para outro jornalista que está em directo de um sítio onde, pasme-se, está calor. O jornalista que está em directo de um sítio onde, pasme-se, está calor confirma que é verdade, está num sítio onde, pasme-se, está calor. Ao seu lado, estão várias pessoas, também elas, surpreendentemente, com calor. O jornalista pergunta se está calor. As pessoas respondem que está calor. O jornalista, surpreendido com a resposta e com o facto de, de facto, estar um calor dos diabos, devolve a emissão a estúdio com a relevante e pertinente notícia de que, sim senhor, está um calor dos diabos. O jornalista que está em estúdio, e em brasa por causa do calor, sorri, com alguma dificuldade por culpa do calor, pisca o olho para a câmara e diz que, sim senhor, está um calor dos diabos.
E o Jornalismo no Inferno. Até dá arrepios.
as velas ardem até ao fim
É bem possível que este livro não seja literatura, mas sim dança, ballet em pontas, levezinho, suave, de embalar, polvilhado com heavy metal, estrondo, barulho de realidade e escuridão. Este livro dança-se no subterrâneo, nos lençóis de água do ser humano, bem ao estilo soviético, sozinho, virado para dentro, com a melancolia própria do ser humano.
Sem merdas, cru, poético, bonito.
manual da felicidade
É simples. Para quê tanta lamúria e xanax? A felicidade está aqui ao virar da esquina, como as putas. Para ser feliz basta ser quem se é.
Desde que se seja vegan, runner, crente e politicamente correcto. Que se ame homens, mulheres e criancinhas, mas mais ainda os animais e as florestas. Que se faça meditação, alongamentos e yoga, que se condene a medicina ocidental e se venere a oriental, a menos que estejamos mesmo a precisar e aí que se fodam os reikis e os búzios. Que se saúde o sol, se evite o glúten, a lactose e os fritos. Que se seja contra as leis e os patrões, contra tudo o que é contra e que se assine petições, se defenda as minorias e se faça manifs. Que se critique os programas de televisão, se veja netflix, se oiça podcasts e spotify, se compre discos, se vá a festivais. Que não se critique, só se elogie, não se diga mal, só muito bem. Que se respeite os comunas e os nazis, se aceite os burros e se lhes diga que podem conseguir tudo o que quiserem, basta acreditarem e se insulte os inteligentes por não entendermos o que dizem. Que se cague na educação, se escreva como nos apetece, se diga que tudo é genial e ridículo, consoante a inclinação. Que se tape o medo, as rugas e a celulite. Que se seja incoerente e se bloqueie toda a gente que fuja, dizendo, pensando ou sentindo, deste nosso modelo de felicidade.
É assim que se faz, fingindo que se é feliz, que se vive de verdade.
manhã
Um livro que engana pelo nome. Muito mais noite do que manhã, este poema feito de poemas é um mergulho na infância e em todas as memórias a ela ancoradas. Uma escrita simples e bonita que engana por ser simples e bonita.
Um livro para ler de manhã, ao adormecer.
está por um
É urgente o amor. Em todo o lado, em toda a gente. Mas mais, muito mais urgentemente, no futebol. E não só no que já tem assistência. É urgente o amor ao futebol na sua essência, ao futebol que, na sua definição, já tem o adjectivo que lhe parece faltar: amador. E a culpa é, grande parte, de quem o joga. Sem arte. Sem amor.
Não por não saber passar ou fintar ou marcar, apenas por não o saber jogar. Camaradas da magia e da sarrafada em coletes berrantes, uni-vos! Voltemos ao futebol como era dantes. Acabemos com quem está a acabar com a substância da peladinha. Esses iletrados que, numa futebolada rasgadinha, cometem o crime tão triste de não contar os golos marcados, só a diferença que existe. Não está 9-8, está por um. Está 1-0. Um zero, exacto. Esses insensíveis que só existem pela conquista e não pelo espectáculo. Esses imbecis que só querem saber se ganham ou perdem, não lhes importando saber quantos golos marcam ou sofrem. Para esses palermas, um jogo que tenha terminado 9-8 é um jogo que ficou por um, que terminou 1-0. São esses que, à beira da morte, resumem a vida inteira num cinzento “estive vivo”. Que desalento.
Esses coninhas da diferença mínima que nos querem substituir os sentimentos por calhaus. Esses seres desumanos que negam o meu golo ao ângulo, a minha assistência de letra e o meu frango admirável porque um 9-8, para eles, é um 1-0. É um jogo que está por um. Por um fio, sim. Esses ditadores do vazio que apagam a História, que lhe dão um fim, que nos dizem a nós, Winstons vigiados, que a guerra com o Eurásia FC não foi assim tão sangrenta porque foi só por 1-0. Esses limitados, no limite, dizem que nunca houve guerra. E, se é sempre para terminar por 1-0, talvez não devesse mesmo haver guerra. Nem paz. Não se faz.
Mais valia jogar sem balizas. Vamos tirá-las, não são precisas. E os jogadores também. Jogamos sem eles, não são amadores, não amam ninguém. E a bola, para que serve? Se já nem o sangue do golo ferve em quem a põe na gaveta. Já não faz sentido haver pé-de-chumbo, podão ou vedeta. Quem faz isto ao futebol é gente sem coração. Para estes idiotas, contar os golos dá muito trabalho. Vai-se a emoção. Vão para o caralho.
lolita
“Lolita, brilho da minha vida, fogo dos meus flancos. Minha alma, minha lama. Lo-lii-ta: a ponta da língua enrola no palato e desliza, três socalcos, até que estaca, ao terceiro, nos dentes. Lo. Li. Ta.”
Lolita, do Nabokov, é uma obra de arte que tanto dança na pontinha da faca como no meio da cama. É um corpinho liso e porco e criminoso que nos acorda aqueles pensamentos que não deveríamos ter para depois os acariciar com palavras que nos fazem sentir nojo por as achar tão belas. Lençóis sujos, cuequinhas rasgadas e estamos no paraíso e no inferno, no amor. Coisa mais bonita e proibida de se ler, feita de repugnância e de pedacinhos do céu.
a minha aldeia
A minha aldeia não tem lugar no mapa. Não se lá chega com gps nem com indicações na estrada. A minha aldeia está onde a gente não esquece. A minha aldeia está onde não está mais nada. A minha aldeia tem a forma da minha lembrança de quando, mais do que pequeno, eu era criança.
A minha aldeia tem as mãos gastas que me passam pela cara para tocar o neto daquela, o filho daquele, o menino tão pequenino que agora está um homem feito. A minha aldeia tem os olhos brilhantes pela noção do tempo longe que não volta e do tempo perto que pouco falta. A minha aldeia tem meninas nos sorrisos das velhinhas e velhinhas meninas nos olhos dos velhinhos. A minha aldeia tem os pés assentes na terra escaldada do sol ardente e enlameada da chuva que molha a vida da gente. A minha aldeia tem a saudade cravada nos gestos. A minha aldeia tem o uniforme negro da capela branquinha que toca o sino dolente na tarde calma. A minha aldeia arrasta o corpo em procissões e baila o vinho nos arraiais. A minha aldeia tem ais. A minha aldeia tem a crueldade do campo e do gado. A minha aldeia tem gente fora que só vem de vez em quando para a festa. A minha aldeia é fado que arde em lume brando. A minha aldeia é esta. A minha aldeia tem o coração no sítio certo. A minha aldeia é tão longe de tão perto. A minha aldeia tem a mesa rica de gente pobre que mal tem para quem lá vive e tanto tem para quem lá vai. A minha aldeia tem muito vazio. A minha aldeia tem calor e tanto frio. A minha aldeia tem o corpo da gente velhinha que num destes amanhãs já não existe. A minha aldeia é muito alegre e muito triste.
A minha aldeia não é lugar. A minha aldeia é corpo que existe nas coordenadas do meu. A minha aldeia sou eu.
aventuras de joão sem medo
Sou um medricas, tenho medo de tudo – o que não facilita nesta coisa da existência. Já o João não tem medo de nada, sacana do puto que me fez desejar-lhe a vontade do risco. O João mora num sítio muito triste que bem podia ser o interior das pessoas. Um belo (soturno) dia, decide que isto não é vida e decide saltar o muro para dar início a uma épica viagem de monstros, fadas e poesia.
Uma história que deveria estar na mesa de cabeceira de todos os adultos que, mesmo medricas, ainda têm coragem de sonhar.
verão azul
Mil novecentos e noventa e quatro, o Roberto Baggio falha o penálti e eu fico triste. O primeiro Verão de que tenho memória foi o mais feliz da minha vida. Éramos muitos, uns quantos adultos e uma catrefada de putos a partilhar um rés-do-chão de uma moradia em Lagos.
Havia um jardim, pequenino, em frente ao portão de entrada, e uma palmeira nesse jardim. Era lá que eu e os meus primos brincávamos. Havia uma piscina, mas só lá ia quem morava no andar de cima, nós não. Havia um grelhador com um adulto de boné sempre por perto, o meu pai ou algum dos meus tios. Cheirava a peixe e a carne grelhada. O melão era fresquinho e ainda hoje, dois mil e dezanove, me sabe àquele Verão. O meu primo João nunca queria ir despejar o lixo mas, na volta, já vinha a cantar. Também havia muito sol e sono depois de almoço. Mas os putos felizes não dormem, então, eu, o meu irmão e os meus primos íamos para o café jogar snooker e beber coca-cola. Os adultos ficavam em casa a dormir a sesta e a jogar às cartas.
Às quatro horas, voltávamos para a praia. Corríamos, jogávamos à bola e tentávamos escavar buracos até à China – nunca conseguimos, por exclusiva culpa do mar. O regresso era feito de areia nos pés, alguns desaguisados entre primos e uma vincada falta de vontade de ir tomar banho. A vontade, mesmo que vincada, dos putos não prevalecia sobre a vontade, mesmo que branda, dos adultos e então lá íamos nós de burro preso para o banho.
A alegria regressava num instante. Era Verão e era família. E eu era criança (o que ajuda muito nesta coisa da felicidade). Nada mais importava porque, para mim, nada mais acontecia além do que acontecia ali. E, numa televisão pequenina que estava na sala, o Roberto Baggio deu balanço. Olhou para o árbitro, olhou para o Taffarel e correu. Eu adorava o Taffarel, o Raí, o Romário e o Bebeto, mas adorava mais o Roberto Baggio. Torcia pelo Brasil porque não havia Portugal, mas fiquei muito triste com aquela bola por cima da barra. Felizmente, havia Verão partilhado naquele rés-do-chão de uma moradia em Lagos.
declarações de guerra
Não é um livro, é um estilhaço de granada. “Declarações de Guerra” conta, em carne viva, as vidas de ex-combatentes portugueses no Ultramar. As vidas que foram e as que ficaram, ditas por eles mesmos, furriéis, soldados, cabos, alferes, sargentos, todos eles destroçados por uma guerra que não era deles. Ficaram-lhes as vidas que já nem vidas são. Ficaram ninguém.
Um trabalho excepcional de Vasco Luís Curado que esventrou o politicamente correcto para dar voz a quem não queremos dar ouvidos.
renascimento
Nasci em 1985, mas a minha certidão de nascimento diz 1994. Foi após um electrizante empate a zero contra o poderosíssimo Gil Vicente de Cacioli, Dito e Mangonga que o meu pai nos deu à Luz. Manuel José Andrino Pereira, sócio nº 23070. André Filipe Ferreira Andrino Pereira, sócio nº 23071.
Passaram 25 anos e passaram memórias que hoje voltaram. Quase uma vida de mão dada e cachecol ao pescoço. Quase uma vida de uma vida inteira que é o Benfica. Que é mais do que o Benfica. É o meu pai.
é mentira, mentira
É assim que versa o refrão da música de um dos grandes da música portuguesa, Dino Meira. E é assim, também, que versa muita da massa noticiosa que navega por essas redes sociais. Massa noticiosa essa que bem nos tenta dar música. A uns consegue; a outros, bem pode continuar a tentar. Mas a verdade é que esses uns são cada vez mais e têm tanto poder na sociedade como os outros.
As fake news são, irónica e infelizmente, verdadeiras. Elas existem e propagam-se como doença por aqueles que não estão vacinados. Talvez se possam mesmo considerar como a grande epidemia do século XXI. Não provoca vítimas mortais como a peste negra ou como a sida, não enfraquece nem destrói o nosso sistema imunitário, não destrói os nossos órgãos, mas atinge aquilo que nos difere de todos os outros seres vivos neste lindo planeta: a razão.
A Estratégia Digital da Desinformação
As fake news atacam-nos o cérebro com desinformação. É isso que fazem. Mas não é desde ontem que isto acontece. A divulgação de mentiras como verdades sempre aconteceu. No entanto, foi com o boom das redes sociais que elas se popularizaram, mais especificamente durante as eleições de 2016 que levariam Trump a ocupar o Trono de Ferro em 2017 (uma espécie de Joffrey dos tempos modernos – pedimos desculpa pela nerdice Game Of Thrones).
Durante esse período, foram divulgadas várias notícias falsas envolvendo, em muitos casos, opositores de Donald Trump, como Hillary Clinton. Várias empresas especializadas identificaram os seus autores, tendo mesmo acusado três agências russas – ah, o maravilhoso marketing político digital ao serviço do lado negro da força – aqui, pedimos desculpa pela nerdice Star Wars.
Essas fake news eram divulgadas no Google e no Facebook, com links para diversos sites carregadinhos de mentiras e desinformação, não havendo escrutínio prévio de nenhuma destas empresas sobre estas notícias. Foi isso que tramou Zuckerberg – e que ainda está a tramar. A mãos com a Justiça, o puto que só queria arranjar uma forma de engatar miúdas da escola está agora a ser acusado de ter tido influência, não apenas na eleição de Trump, como também – e não menos grave – na filtração e na falta de protecção de dados de milhões de utilizadores.
Facebook – O bom, o mau e o vilão
O Facebook é mais prejudicial do que útil? É esta a questão que o documentário “As Mentiras do Facebook” coloca. Esta é a rede social mais utilizada em todo mundo, ligando 2 mil milhões de pessoas. Mas será que esta união faz do mundo um melhor ou um pior lugar onde se viver?
“As Mentiras do Facebook” é um documentário que mostra o impacto que a rede social mais utilizada em todo o mundo tem na privacidade e na democracia a nível global.
Produzido com material inédito e entrevistas exclusivas a actuais e antigos funcionários a empresa, o documentário aborda as fake news, os discursos de ódio, o envolvimento em processos eleitorais, a filtração e a falta de protecção de dados de milhões de utilizadores. Este é um documentário que deveria ser obrigatório nas escolas.
Este é um documentário que – ele sim – deveria aparecer no feed de cada utilizador de Facebook.
É verdade que, perante a gravidade dos factos, o Facebook comprometeu-se a cancelar contas e a bloquear o acesso publicitário aos sites com fake news. Mas isto de separar a verdade da mentira nunca foi fácil. E esta é uma tarefa que tem lugar num terreno simultaneamente paradisíaco e pantanoso: o mundo digital.
Aqui, os meios de comunicação tradicionais encontraram espaço para divulgarem a sua mensagem. O Marketing Digital ganhou (nova) vida e abriu-se uma caixa de Pandora. O problema é que esse espaço também foi encontrado pelos vilões, que também encontraram a caixa de Pandora aberta. Um Admirável Mundo Novo sem lei. E, não havendo lei, impõe-se a lei do mais forte. O mais forte é quem tem mais dinheiro. Simples e eficaz. E triste, também. Como o fado. E lá estamos nós a levar baile… “É mentira, mentira, é tudo uma mentira…”
publicado no site da Bluesoft
drs. não sabem comunicar
Os jovens querem lá saber de Política! Estão interessados é no Instagram, no Youtube e no Fortnite. É uma geração perdida, é o que é, carregadinha de putos egoístas e mimados que só pensam neles. Querem lá saber dos outros… Querem lá saber da Política…
Os velhos de São Bento vs. Os putos da Internet
Como, certamente, percebeu, deixámos o Velho do Restelo escrever o primeiro parágrafo deste texto. Com a ajuda do Velho de São Bento, claro está. Ou melhor, dos Velhos de São Bento, que costumam andar por aquelas bandas a resmungar uns com os outros.
Mas foi só o primeiro parágrafo. Nada tema, caro leitor. Agora que já tirámos o Velho do Restelo (e seus amigos de São Bento) daqui, já podemos escrever a realidade das coisas. (Não se preocupe com os Velhos – estão ali entretidos com uma máquina de escrever e um pombo correio. Ainda não percebem como funciona esta coisa super recente do computador.)
Os Jovens e a Política: Amigos ou Inimigos?
Será que os jovens portugueses não querem mesmo saber da Política? Ou será que é a Política que não quer saber dos jovens portugueses? Do que falamos quando falamos de Política? Do que falamos quando falamos do interesse dos jovens pela Política?
Os jovens estão interessados no mundo que os rodeia. Os jovens estão interessados nas pessoas e na sociedade, na educação, no meio-ambiente, na economia, no emprego, no combate à corrupção, no combate à violência doméstica, na igualdade de género, na luta contra a pobreza. E manifestam-se, mostram-se, lutam pelos seus ideais e convicções. Não será isso Política? Não será isso fazer Política sem estarem engravatados num Parlamento às moscas?
Nós diríamos que sim, é Política. No entanto, parece haver um fosso entre os jovens e os políticos. Parece não haver comunicação entre os dois lados. E, neste caso, a culpa não é tanto dos putos, que bem se esforçam para se fazerem ouvir. A culpa é mais dos cotas, que não se esforçam para os ouvir nem sem esforçam para que os jovens os oiçam.
Em qualquer relação, tem de haver comunicação. E são sempre precisos dois para comunicar. Ninguém comunica sozinho.
Estou? Está lá? Não estou a ouvir: Comunicação Política, we have a problem
Vamos à parte teórica disto. Na base, está a comunicação. Se há dificuldade na comunicação política, é porque o Marketing Político não está a ser bem feito.
Como sabemos, o Marketing Político é uma série de técnicas que têm como principal objetivo manter a ligação entre um político e o seu eleitorado. Mas não só. A ideia também é conquistar mais eleitores para as próximas eleições.
Muitos desses eleitores são jovens. Se formos mais específicos, há 2.015.953 eleitores recenseados em Portugal que têm entre 18 e 34 anos. Esta massa jovem está esmagadoramente na Internet – não está na televisão nem na rádio nem nos jornais. Esta massa jovem comunica, intervém e faz Política (comunicando e intervindo), mas parece que os políticos não comunicam com ela. Porquê?
Comunicação Política para Totós
Vamos ser justos. Os políticos bem tentam comunicar. A comunicação está na base da Política e, se for bem feita, é sempre uma vantagem. Só que os políticos não sabem comunicar com os jovens. Eles têm sites, páginas de Facebook e de Instagram, contas no Twitter e, alguns, até têm podcasts. Mas, mesmo assim, não chega.
Há esforço, mas não basta estar na “rua” onde estão os jovens. Há que estar na “rua”, sim, mas ir bater-lhes à “porta de casa”. O político tem de estar na Internet, tem de estar nas redes sociais, tem de fazer lá a sua comunicação. Mas, essencialmente, tem de estar onde estes jovens estão. O político tem de comunicar nas redes daqueles que os jovens seguem. O político tem de entrar pela “casa” dos putos pelas mãos dos seus ídolos.
Uma das formas é o Collab.
Collab: uma Cataplana de Peixe ou um Arrozinho de Atum?
O que é isso da Collab? Ora bem, Collab vem de “collaboration”, colaboração, em português. A Collab acontece quando dois canais distintos resolvem colaborar para ambos os canais e, assim, apresentar o canal convidado ao seu público, mostrando um conteúdo que possa ser interessante para os seguidores de cada canal.
Collab, embora não pareça, é o António Costa ir ao programa da Cristina cozinhar uma cataplana de peixe. Antes, já lá tinha ido a Assunção Cristas cozinhar um arrozinho de atum. Isso é collab.
O que o António Costa e a Assunção Cristas lá foram fazer foi comunicar com o público da Cristina Ferreira. E bem. Mas o público da Cristina Ferreira não está propriamente entre os 18 e os 34 anos. Portanto, uma vez mais, estes mais de 2 milhões de eleitores ficaram de fora.
“De fora, mas onde?” Por favor, não diga que não sabe onde eles estão. Basta ir à Internet e fazer uma simples pesquisa. É facílimo saber onde estão os jovens, o que fazem, quando fazem, por que razão o fazem, o que procuram, etc.
Portanto, um político só não chega a estes jovens se não quiser. Além de colaborar com a Cristina Ferreira (ou com o Manuel Luís Goucha ou com a Filomena Cautela) – para chegar a outros públicos, também pode (deve) pensar em colaborar com os influencers das redes sociais – do Instagram ao Facebook, do Twitter ao Youtube – para chegar os mais jovens.
Marketing Político: Os Putos de São Bento sabem comunicar
Estudos demonstram que os novos meios de comunicação têm um enorme poder no desenvolvimento de uma relação próxima com o eleitorado jovem e na captação de novos eleitores.
A importância da Internet no Marketing Político é tanta que, segundo o estudo “The Internet’s Role in Campaign 2008”, esta tecnologia já ultrapassou as revistas e a rádio. A perspetiva aponta para que ultrapasse também os jornais, como fontes de informação sobre candidatos e eleições, nos Estados Unidos. E, como sabemos, é nos States que se ditam as regras.
O crescimento da utilização da Internet veio incutir uma certa pressão na necessidade de adaptação por parte dos políticos. E é justo considerarmos que os políticos portugueses têm ainda um longo caminho a percorrer no Marketing Digital Político para aproveitarem as vantagens oferecidas por este universo digital. Uma delas é comunicar diretamente com mais de 2 milhões de eleitores. E nem sequer precisa de lhes dar beijinhos e apertos de mão como (ainda!) faz nos mercados.
Os jovens querem saber de Política! Estão interessados no Instagram, no Youtube e no Fortnite e é lá que devemos comunicar com eles.
É uma geração que pode ser ganha por quem souber comunicar com ela, carregadinha de putos com ideias e vontade de mudar o mundo. Querem saber dos outros. Querem saber da Política.
publicado na Bluesoft
amore à primeira vista
Estávamos nós sossegadinhos da vida a fazer o nosso trabalho quando a seta do cupido nos atingiu. Foi mesmo em cheio no coração, ali entre a aurícula orgânica e o ventrículo online.
Ficámos vermelhos nas feições e irrequietos no batimento digital. Não sabíamos o que fazer, o que dizer, para onde olhar. Era mesmo fogo que ardia sem se ver. Estávamos apaixonados.
Foi amor à primeira vista. Ou match, como se diz hoje em dia. Não sabemos. Seja o que for, foi amor. Olhámos para ela e ela olhou para nós! Nunca nos tinha acontecido isto, desta forma, com ninguém. É a magia do Marketing Digital.
Amor é Estratégia Digital que arde sem se ver
Perguntámos-lhe o seu nome e dissemos-lhe o nosso. Amore Nostrum, agência matrimonial que presta um serviço de matchmaking entre homens e mulheres que procuram o par perfeito. Bluesoft, agência de Marketing Digital em Lisboa que presta serviços de reputação digital, estratégia SEO, design e programação.
Feitas as apresentações, convidámo-la para um café. Aceitou e sentámo-nos à mesa, a beber e a conversar. Disse-nos que era uma eterna romântica mas que, apesar das constantes tentativas em encontrar o amor, nunca teve muita sorte – “Procurei em todo o lado, na rádio, nos jornais e na televisão, até em publicidade paga, mas o que ouvia era sempre o mesmo: não!”.
Achámos normal. Afinal, ela apostava apenas (e muito) nos meios tradicionais. “Encontrámo-nos no momento certo”, dissemos. “A tua vida já não é um deserto, o futuro somos nós, está nos digitais”. Ela sorriu de volta e disse que sim.
Saímos várias vezes, fomos ao cinema, ao teatro e ao Google. Passeámos de mão dada, trauteámos a mesma canção e até descobrimos novas keywords. Pouco a pouco, fomos abandonando os meios tradicionais e investindo no Marketing Digital – com publicidade orgânica em detrimento da publicidade paga (tendo poupado o dinheiro para outros cafés, cinemas e teatros).
Demos as mãos e, juntos, elaborámos um website – o mais completo e apelativo, muito mais do que um site de encontros. E, como um website nunca vem só, definimos uma estratégia digital de SEO (Search Engine Optimization), ou seja, uma série de métodos de otimizar um site para que os motores de busca (Google, Bing, Yahoo, Ask e outros) entendam o seu conteúdo como relevante e o mostre primeiro aos seus utilizadores.
Definimos objetivos, keywords, conteúdos relevantes, corrigimos erros, acrescentámos links, apurámos o conteúdo e deitámos o olho a outras relações que víamos como modelo para nós. Resumindo, “apimentámos a relação” com a Estratégia Digital.
Assim, com o tempo, fomos conseguindo gerar tráfego qualificado para o website e aumentar a rentabilidade e Visibilidade Orgânica.

Bluesoft e Amore Nostrum: Numa Relação
Hoje, nem nós nem a Amore Nostrum somos os mesmos que se cruzaram numa das ruas do mundo virtual. Hoje, temos uma relação sólida, cúmplice e carregadinha de amor e keywords – especialmente na primeira página do Google: “alma gémea”, “homem procura mulher”, “mulher procura homem”, “conhecer pessoas”, “par perfeito”, entre muitas outras.
Temos muito orgulho em dizer que, fruto desta nossa relação, nasceu um blog onde, todas as semanas, a Amore Nostrum escreve artigos sobre fogo que arde sem se ver e que se apodera da gente, artigos sobre quem procura e sobre quem encontra, artigos com dicas, artigos com propostas e também poemas de amor – tudo o que a leve a obter resultados de forma orgânica. Tudo através do Marketing de Conteúdo.
O tráfego aumentou em 216% desde que o website foi colocado online. E o mais espantoso é que o tráfego continua a aumentar. A nossa relação é feliz e vai de vento em popa. O segredo?
Bem, como em qualquer relação, investimos no amor ao digital e ao cliente. Acreditámos na Amore Nostrum e ela acreditou na Bluesoft. A confiança e o trabalho árduo por um objetivo comum fazem o resto. E seremos felizes para sempre.
publicado no site da Bluesoft
4x3x3, 4x4x2 ou 5x0x5
É como se não fosse preciso meio-campo. Só defesas e avançados. O Odysseas bate o pontapé de baliza, o João Félix domina a bola e mete-a lá dentro. Nem Gabriel nem Pizzi. Para quem gosta de um processo rendilhado, não é lá muito bonito de se ver. Para quem gosta de eficácia, é esta a solução. Para quem gosta de figuras de estilo, tem aqui uma boa metáfora com a forma como a inovação tecnológica tem vindo a transformar a sociedade, erradicando o papel de intermediário.
São vários os exemplos: Uber, Airbnb, Ebay, OLX, Amazon, Crowdfunding, entre muitos outros. Em todos estes casos, há uma ligação direta entre os defesas e os avançados, anulando o papel dos intermediários. Mas já lá vamos, que esta metáfora do jogo da bola não pode avançar sem, primeiro do que tudo, apresentarmos as equipas.
Tecnologia e o seu Impacto na Vida Social e Política
É absurdo pensar a nossa vida sem tecnologia. De manhã à noite, em todos os momentos do nosso dia, perante qualquer situação, a tecnologia está presente. Se falha, é um caos, o nosso cérebro dá o erro HTTP 404 página não encontrada e só desejamos um shutdown urgente.
E, existindo esse impacto tecnológico em nós, é óbvio que existe esse impacto também na nossa vida com os outros e, por consequência, na vida política – neste âmbito, veja-se os casos paradigmáticos de Donald Trump e Jair Bolsonaro.
Impacto das Redes Sociais na Sociedade
Do Twitter ao Facebook, do Whatsapp ao Instagram, do Linkedin ao Tinder, as redes sociais existem na nossa sociedade como órgãos vitais dessa mesma sociedade.
A influência das redes sociais na sociedade é mais do que óbvia. E pesada. Se, por um lado, elas nos permitem saber tudo sobre qualquer coisa ou pessoa, partilhar as nossas opiniões e ter influência real nas vidas dos outros, por outro, elas também nos colocam numa situação vulnerável, enfeitiçados por um conforto de scrolls e likes que nos cria a ilusão de pertença.
As Redes Sociais como meio de activismo
Hoje em dia, é muito fácil para qualquer pessoa sentir-se parte de uma causa no mundo digital. Basta estar nas redes sociais, partilhar ideias, usar hashtags e assinar petições.
Em 2010, as redes sociais assumiram um papel ativo bastante preponderante no Médio Oriente. Tudo começou no Facebook e no Twitter, com marcações de protestos, e rapidamente se expandiu para a realidade “extra-virtual”. Centenas de pessoas de vários países daquela zona do globo foram para as ruas protestar contra os respetivos governos e regimes políticos. Tudo foi divulgado nas redes sociais e tudo ficou conhecido como a Primavera Árabe, uma revolução que teve como principal impulso o ativismo nas redes sociais. Sem esse meio de comunicação, dificilmente as pessoas teriam tido acesso à informação. Sem esse meio de comunicação, as manifestações seriam residuais.
Com as devidas proporções, em Portugal, a mais recente manifestação de protesto teve os enfermeiros como personagens principais. O elemento que diferencia esta de todas as outras greves feitas cá é a forma de financiamento.
Mergulho no Crowfunding
E que forma é essa? Bem, está no título, não faz sentido termos feito a pergunta. Crowdfunding é a resposta.
O Crowdfunding é uma forma de angariação de fundos online em que, quem quiser, doa dinheiro para uma causa ou projeto. Esta é uma forma eficaz de financiar o início de um novo negócio.
Essencialmente, existem quatro formas de angariação de fundos:
- Financiamento colaborativo – quem financia recebe um donativo;
- Recompensa – em contrapartida pelo financiamento presta serviço ou produto;
- Capital – a entidade financiadora obtém uma participação no capital social, distribuição de dividendos ou partilha de lucros;
- Empréstimo – a entidade financiada paga juros relativos ao financiamento.
Em Portugal, o PPL (people) é a plataforma de Crowdfunding de referência, com especial foco em projectos sociais, criativos e empreendedores.
Greve Cirúrgica
Esta greve dos enfermeiros ficou conhecida como Greve Cirúrgica. A recolha de fundos tinha como objectivo parar os blocos operatórios do Centro Hospitalar de São João, no Porto, de Coimbra e do Santa Maria, em Lisboa. O objectivo estava nos 300 mil euros. Foram angariados 360 mil. Como se achou pouquinho, foi criado outro Crowdfunding com o objectivo de angariar 400 mil euros. Foram angariados 424 mil.
Mais de 25 mil pessoas contribuíram para as duas campanhas de Crowdfunding e, no total, foram angariados mais de 784 mil euros. Há especialistas que alertam para a possibilidade de ilícito da atividade sindical. Até haver um veredito final, há que realçar o impacto destas iniciativas.
Comércio Tradicional VS Comércio Electrónico
Quando falamos de comércio, lembramo-nos, quase que instantaneamente, de um estabelecimento físico, antigo e com um senhor de bigode atrás do balcão. No entanto, com o avanço da tecnologia, surgiu o comércio eletrónico, uma loja onde os produtos já não estão à mão de semear do cliente.
Este tipo de comércio – comércio electrónico – pode ser definido como um conjunto de actividades comerciais que ocorrem online envolvendo um processo de compra e venda pela Internet.
E-commerce | O Evaristo tem cá disto
O e-commerce é um conceito que se refere a qualquer negócio ou transacção comercial que implique transferência de informação através da Internet. Quando devidamente implementado, o e-commerce é bem mais rápido, bem mais barato e bem mais conveniente do que os métodos tradicionais.
Marketplace | O Evaristo tem cá disto… e daquilo
Melhor, só mesmo o marketplace, que nos encaminha para um conceito mais colectivo de vendas online. Nesta plataforma, diferentes lojas podem anunciar os seus produtos, dando ao cliente um variado leque de opções.
Para os clientes, o marketplace é vantajoso porque apresenta mais praticidade. Aqui, ele pode ver, num só site, ofertas de vários vendedores, podendo comparar e escolher o melhor produto de forma mais fácil. Além disso, pode comprar vários produtos de várias lojas diferentes e efetuar apenas um pagamento, em vez de passar por múltiplos processos de pagamento em vários sites.
No caso de um online marketplace, o cliente vai ao site da Loja X e escolhe o produto que está a ser vendido e enviado pela Loja Y. Já no caso do e-commerce, o cliente vai ao site da Loja X e escolhe o produto que está a ser vendido e enviado pela própria Loja X. É esta a grande diferença.
Plataforma de E-commerce | O Ringue do novo Comércio
Mas não há razões para diabolizar o e-commerce. Pelo contrário. Os exemplos que iremos dar operam, essencialmente, no plano digital, através de apps e/ou sites, sem recurso a lojas físicas:
- No caso da Uber e das outras plataformas semelhantes, os motoristas e os clientes dispensam os intermediários (os antigos donos das frotas de táxis);
- O Airbnb é semelhante, na medida em que eu posso arrendar directamente o meu espaço ao meu cliente sem a necessidade de qualquer intermediário das Remaxes desta vida;
- O mesmo acontece com a Amazon, como Ebay ou como OLX, onde os intermediários são perfeitamente dispensáveis. Quem tem o produto, coloca-o à venda; quem quer o produto, compra-o. Não existem os tradicionais donos das lojas que cobram um valor para intermediar o negócio;
- O recurso ao Crowdfunding, no caso da greve inorgânica dos enfermeiros portugueses, deixou para segundo (ou até mesmo e terceiro) plano organizações tradicionais como os sindicatos.
Como criar uma Loja Online
Se tem um produto e se quer vender esse produto, ganhando algum dinheiro e, quem sabe, enriquecer até ser um multimilionário de charuto na mão e Ferrari nos pés, aponte: para começar um negócio online, assegure-se de que o seu produto é de nicho e que os consumidores têm dificuldade em encontrá-lo nos grandes centros comerciais.
5,3 milhões de portugueses estão online, 78% dos utilizadores de Internet já fizeram compras online e 11% de todas as compras são feitas através de comércio electrónico.
Voltemos à metáfora inicial. Talvez tenhamos exagerado nisto de jogar sem meio-campo, até porque, neste caso, nós fomos o Pizzi ou o Gabriel do seu futuro golo. Fomos nós que recebemos a bola, que a acarinhámos e que a entregámos de bandeja a vossa excelência ponta de lança de alta qualidade que só tem de a encostar lá para dentro. É goooooolo!
publicado na Bluesoft
welcome to the freak show
Claro que o Conan Osíris ganhou o Festival da Canção. Não é surpresa nenhuma. E até é bem provável que ganhe o Festival da Eurovisão. Não me admirava nada. Não é a música que ganha neste festival. Nunca é. É a diferença.
No ano passado, ganhou a gorda israelita japonesa das galinhas. Como era a música? Pois, também não me lembro. Há dois anos, ganhou o Salvador. A música era, de facto, música. E lembramo-nos dela. Mas foi a diferença que ganhou. Um puto sozinho em palco com voz, sem dança nem explosões. Diferente de tudo o resto. Felizmente, coincidiu com uma música que era, de facto, música.
Já venceu um grupo de selvagens que vieram além da muralha para cantar heavy metal, Lordi, e um homem que é mulher que tem barba e vestido de gala, Conchita Wurst. Como eram as músicas? Ninguém se lembra, não interessa. A Irlanda já concorreu com um peru, a Itália com um macaco e a Ucrânia com uma espécie de hamster. As músicas eram todas maravilhosas, não eram? Pois. A Polónia já levou um saltitante grupo de mamas a baterem manteiga em palco, sim, um saltitante grupo de mamas a baterem manteiga em palco (vale a pena pesquisar) e a Moldávia já levou gnomos do Boom Festival. Que músicas lindas, não eram? Exacto. A Áustria já deitou fogo a um piano e a Ucrânia já enrolou um Boy George em papel de alumínio. E a música? Ahn-ahn. A Letónia já optou por piratas, o Montenegro por astronautas e a Rússia por velhinhas de um rancho lá do INATEL Estaline. Músicas lindas, lindas, lindas… A Bielorrússia já pôs um loiro nu a uivar com um lobo e até nós levámos o Jel e o Falâncio sendo Jel e sendo Falâncio. Pois.
Não é surpresa nenhuma o Conan Osíris ter vencido o Festival da Canção e estar nos favoritos a vencer a Eurovisão. Não é música e é diferente. Está ganho.
o verdadeiro dono disto tudo
O Marketing de Conteúdo é a trave-mestra do Inbound Marketing. Já lá vamos a este. Por agora, deixe-nos continuar com esta metáfora ao nível da construção. Passamos a explicar: tal como uma trave-mestra, também o marketing de conteúdo é o elemento que suporta a maior parte das cargas de uma construção. Neste caso, a construção de uma marca.
Esta trave-mestra baseia-se na produção de conteúdo digital relevante para o público-alvo, sejam eles conteúdos profissionais, educacionais ou meros conteúdos de entretenimento.
E atenção que estes conteúdos, ao contrário do que muito boa gente anda para aí a dizer (e a fazer), não se devem centrar na marca nem nas vantagens ou desvantagens dos seus produtos. Pelo contrário. Estes conteúdos devem acertar bem no público-alvo e nos seus problemas, nas suas dores, nas suas dificuldades. Tocando-lhe na ferida, o público-alvo vai sentir ainda mais a ferida. Sentindo ainda mais a ferida, vai querer tratá-la. Querendo tratá-la, vai procurar uma solução. Procurando uma solução, encontra a sua marca. Afinal, a sua marca já lá estava. Foi ela que lá foi mexer.
Como fazer Marketing de Conteúdo?
Mas não basta tocar na ferida e apresentar logo um estojo de primeiros-socorros. Não é assim tão fácil. Também não precisa de tirar nenhum curso. No entanto, é preciso saber o que se faz e não andar para aí a fazer biscates.
É aqui que entra o Marketing de Conteúdo. Antes de mais, é importantíssimo planear correctamente e antecipadamente todos os conteúdos que precisa, organizar a sua equipa e definir objectivos para cada um dos seus conteúdos. Implementada a estratégia, o passo seguinte é a dedicação.
É preciso perceber como cada um dos formatos de conteúdo (redes sociais, email marketing, vídeos, podcasts, templates) funciona. É preciso saber onde os divulgar e como os divulgar de forma a chegar ao maior número de pessoas possível.
Estratégia de Marketing de Conteúdo
É preciso pensar na maneira de distribuir este conteúdo, é preciso pensar na maneira de aumentar a audiência e medir resultados.
Vamos, assim, dividir o marketing de conteúdo em seis etapas:
- estratégia e análise matemática de público alvo;
- planeamento;
- elaboração da persona;
- criação de conteúdo;
- distribuição;
- medição de resultados.
Estas etapas têm de estar presentes numa estratégia de marketing de conteúdo (ou, como dizem os estrangeiros e os hipsters, content marketing). Não as seguindo, será mais difícil atingir os objectivos propostos. E, para isso, é necessário cumprir 10 pontos-chave para ter um conteúdo de qualidade e, por consequência, um website optimizado:
- relevância e contexto: o google já analisa temas e contexto e não apenas keywords;
- volume de conteúdo: mais de 900 palavras por página (não precisa de contar, esta página tem 1278 palavras);
- imagens e vídeo: uma imagem tem de ter mínimo de 32px por 32px (como esta aqui em cima);
- gramática e ortografia: quase metade dos clientes abandonam um site com ortografia e gramática pobres, portanto, nada de escrever com os pés. Se sabe escrever bem, escreva bem; se não sabe, arranje alguém que saiba;
- legibilidade: o texto tem de ser lido e entendido facilmente. Ou seja, nada de advogados nem de redactores do Diário da República;
- formatação: 79% dos utilizadores apenas passam os olhos pelas páginas web, não ficando por lá muito tempo – seja cativante;
- expertise: é importante usar estudos de caso, situações reais e com dados, para que a informação tenha mais credibilidade e o Google a possa entender como tal;
- partilha nas redes sociais: acelera o tempo de indexação e mostra que há uma interacção importante entre os vários meios de comunicação;
- links internos e externos: essencial;
- qualidade dos comentários: elevado número de comentários é interpretado como conteúdo de qualidade. Mas atenção ao conteúdo dos comentários. Se a maior parte das pessoas for ao seu site destruir o seu artigo, então sai o tiro pela culatra.
Marketing de Conteúdo VS Inbound Marketing
Já sabemos que o Inbound Marketing é uma série de estratégias de marketing que têm como principal objectivo atrair e converter clientes usando conteúdo relevante. Mas nunca é demais saber. E também já sabemos que são várias as etapas para atingir o objectivo definido pelo Inbound Marketing:
- atrair
- converter
- relacionar
- vender
- analisar
O objetivo principal é fazer com que o seu público-alvo respeite a sua marca e a tenha como referência.
Marketing de Conteúdo VS Publicidade Paga
E voltamos ao clássico duelo entre marketing de conteúdo e publicidade paga: em qual se deve investir para alavancar o seu negócio na internet? O campo de batalha é o marketing digital.
Todas as marcas querem conquistar clientes e aumentar as suas receitas. Para isso, em primeiro lugar, têm de tornar o seu negócio conhecido. Uma das hipóteses em cima da mesa é a publicidade paga.
Quais são as vantagens da publicidade paga? Um bom anúncio consegue alcançar as pessoas certas e no melhor momento. As campanhas no Adwords ou no Facebook são excelentes opções para promover o seu negócio e a sua marca de uma forma direccionada, segmentada e mensurável.
Por outro lado, temos o marketing de conteúdo. Quais os seus benefícios? Pois bem, seguindo as práticas adequadas, é bem possível que aconteça o seguinte:
- criação de brand awareness: o reconhecimento da sua marca aumenta;
- criação de leads: o Marketing de Conteúdo consegue obter informações de possíveis clientes e qualificá-los;
- melhoramento do engajamento com a marca: mais interações e, consequentemente, mais empatia com o público;
- diminuição do custo por venda: se o custo para ter um cliente é elevado, então talvez não valha a pena;
- aumento de vendas: é possível guiar os leads por todo o processo de compra e prepará-los para a tomada de decisão.
A Importância de um Blog e da Produção de Conteúdos para uma Empresa
Num estudo realizado pela HubSpot a respeito da importância das empresas terem um Blog e produzirem conteúdos, chegou-se à seguinte conclusão:
- Uma empresa que tenha um Blog recebe 55% mais visitantes, 97% mais links orgânicos e indexa 434% mais páginas no Google;
- Cerca de 69% das empresas atribuem a geração de leads ao sucesso dos seus blogs;
- A Nielsen referiu que nos Estados Unidos os utilizadores de internet passam três vezes mais tempo em blogs e redes sociais do que a ler e-mails;
- O inbound marketing custa 62% menos por lead do que o outbound marketing.
SEO e Marketing de Conteúdo
Como é óbvio, não nos podemos esquecer do nosso velho amigo SEO (Search Engine Optimization). Não basta criar conteúdo relevante para o seu público. É preciso que o seu público veja esse conteúdo. E, posteriormente, haver a chamada gestão de conteúdo.
Assim, é importante usar algumas técnicas de SEO de forma a posicionar a sua página nesse vasto mundo que é a Internet:
- analisar as informações obtidas com as keywords;
- rastrear tráfego e links por conteúdo;
- criar relações com influenciadores no mundo digital, os chamados influencers;
- gerar uma estratégia de marca sólida e eficiente através de conteúdo com interesse;
- certificar que o site possui uma boa experiência para o utilizador e para os mecanismos de busca.
Mais do que pensar no perfil exacto do seu público-alvo, é importante pensar nos seus problemas e como ele os procura resolver. Estar lá, tocar na ferida e andar lá a escarafunchar. O futuro cliente vai sentir ainda mais a ferida. Sentindo ainda mais a ferida, vai querer tratá-la. Querendo tratá-la, vai procurar uma solução. Procurando uma solução, encontra a sua marca. Afinal, a sua marca já lá estava. Foi ela que lá foi mexer. E é esta a trave-mestra para a criação e sustentação da sua marca. Agradeça ao content marketing, o verdadeiro Dono Disto Tudo (sim, somos uns hipsters).

publicado na Bluesoft
um autêntico festival
Amigo leitor, como está? Antes de começarmos a nossa conversa, deixe-nos lançar-lhe um desafio: abra o Google e pesquise por “publicidade paga”. Muito bem, qual o primeiro site que lhe aparece? Exactamente. Agora, pesquise por “publicidade orgânica”. Qual o primeiro site que lhe aparece? Isso mesmo. Sabe por que é que isso acontece? Porque nós sabemos o que estamos a fazer. E porque dominamos a Internet, claro. Ou parte dela, vá. Só aquela que queremos.
Publicidade Online – tudo é Publicidade, tudo está online
Divulgação de uma marca, ideia, produto ou serviço através das ferramentas disponíveis na Internet. Muito resumidamente, é isto a publicidade online. Aprofundando um bocadinho mais a sua definição, podemos dizer que a publicidade online pode ser colocada em prática através das redes sociais, de sites próprios ou de e-mails. O essencial é garantir o investimento em publicidade na Internet, uma vez que esta é uma rede onde está, bem vistas as coisas, toda a gente.
Temos os banners, os links patrocinados, o e-mail marketing e muitas outras formas de chegar ao cliente. Não esquecer as nossas queridas keywords e técnicas de SEO (Search Engine Optimization).
Todos sabemos o que é publicidade online e o que é necessário para que ela nos ajude a atingir os nossos objectivos. Falámos de publicidade online no tal artigo para o qual o amigo leitor é encaminhado assim que pesquisa por publicidade paga e/ou publicidade orgânica. Publicidade digital, objectivos da publicidade, objectivos da marca, estratégias de marketing, está tudo lá.
O que é a Publicidade?
Mas vamos dar um passo atrás. O que é a publicidade? O Dicionário Priberam da Língua Portuguesa diz que é um substantivo feminino; qualidade do que é público; vulgarização, divulgação; promoção de produto ou serviço através dos meios de comunicação social; mensagem que publicita esse produto ou serviço = anúncio.
Ora, o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa diz muita coisa, mas não diz tudo. E o que nós acabámos de fazer aqui foi publicidade orgânica (porque o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa não nos paga) ao Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Mas vamos ainda mais a fundo nisto da definição de publicidade.
Publicidade é dar a conhecer um produto incitando ao seu consumo. É a chamada arte de sedução. Por exemplo: se, hoje, noite de São Valentim, o amigo leitor está a ler este artigo, é porque fez uma má publicidade de si próprio ao seu alvo amoroso. Voltemos ao que nos trouxe cá – ou melhor, ao que o trouxe cá.
A publicidade envolve muito mais do que a compra de um produto. Publicidade também está presente nas nossas relações sociais e culturais. É por isso que os publicitários estão sempre atentos às tendências culturais e comportamentais da sociedade. Assim, a identificação com o consumidor é muito mais próxima.
Ou seja, a publicidade é um espelho da sociedade da sua época, uma vez que reproduz os comportamentos e os valores vigentes.
Publicidade Paga – A Conta vem no Fim
Não há cá almoços grátis. E, por almoços, dizemos publicidade. Bem, em rigor, a publicidade pode ser grátis per se (ui, uma expressão em latim só para marcar aquela posição), mas acaba por envolver sempre um investimento. Podemos falar de publicidade orgânica (não paga) mas, agora, vamos falar de publicidade paga.
A publicidade paga tem uma grande variedade de benefícios para as empresas, sendo que os mais comuns são os seguintes:
- Várias opções de publicidade direccionada que podem encaixar nos mais variados tipos de orçamentos;
- Aumento do reconhecimento da marca;
- Maior facilidade em atingir o seu público-alvo. Mas, como já falámos por diversas vezes, a publicidade paga tem os seus defeitos, entre os quais se destacam o alto custo, o tempo limitado e a concorrência elevada.
Em qualquer um dos casos, há que ter atenção a um tipo de publicidade que ainda afecta mais do que qualquer outra: a publicidade enganosa. Se o cliente se sentir enganado ou, pior, se tiver a certeza de que está a ser enganado, é o fim.
Fyre Festival – Os Piratas das Caraíbas
Foi o que aconteceu com o Fyre Festival, um festival de música que teria lugar em 2017, numa praia paradisíaca das Caraíbas.
Teria lugar porque, de facto, nunca chegou a acontecer. Se vai varrendo, como nós, todas as séries e documentários que aparecem na Netflix, então já deve ter visto ou, pelo menos, ouvido falar deste “Fyre: o Grande Evento que Nunca Aconteceu”. Em pouco mais de uma hora e meia, pode ver os bastidores do fracasso deste festival.
Muita coisa aconteceu para que tudo terminasse assim. Essencialmente uma que, neste caso, é a que mais nos importa abordar: a importância das redes sociais na sua divulgação e, também, na sua condenação.
Uma “experiência musical imersiva”. Era assim que o Fyre Festival se apresentava. Teria lugar em 2017, no cenário idílico das Caraíbas, com miúdas maravilhosas, homens carregadinhos de abdominais e comida, bebida e música até à eternidade.
Fyre Festival On Fyre
A estratégia dos organizadores – Billy McFarland e Ja Rule – era simples: seduzir os chamados influencers que navegam nos mares das redes sociais. Então, começaram por fazer uma festa na ilha com supermodelos e influenciadores. Bella Hadid, Alessandra Ambrósio, Hailey Baldwin, Emily Ratajkowski, Kendall Jenner, Elsa Hosk, Lais Ribeiro e muitas outras foram filmadas a correr pela praia, a mergulhar, a comer, a beber, a andar de jetski … Águas transparentes, areia branca, enfim, um autêntico paraíso. Tudo vivido por estas beldades. Tudo partilhado no Instagram. Tudo num vídeo promocional bem filmado, bem editado, bem tudo.
Em 48 horas, foram vendidos 95% dos bilhetes, que custavam uma batelada de dinheiro. De milhares a centenas de milhares de dólares, de acordo com o tipo de acomodação e outros miminhos.
Mas esses miminhos revelaram-se umas chibatadas. Assim que saíram do avião (comercial e não privativo, como anunciavam no vídeo de divulgação), depararam-se com o inferno: tendas inundadas, desorganização, falta de comida e de água, escuridão, som deplorável, malas perdidas… Até os artistas que deveriam subir a palco começaram a cancelar as suas presenças – Blink-182, Disclosure, Major Lazer, entre outros.
O festival vendeu nas redes sociais só as coisas maravilhosas e deixou de lado os problemas. Um clássico dos tempos modernos.
Fyre Festival – Internet, We have a problem
Et voilà, começou a demolição. Antes da festa, os organizadores foram expulsos da ilha e tiveram de encontrar outro lugar para fazer a festa. Seguiu-se a criação de um site para denunciar tudo o que estava a acontecer de errado com o evento. De um momento para o outro, o baralho de cartas ruiu.
Um festival que nasceu nas redes sociais acaba por morrer nas redes sociais. Outro clássico. Para o fazer nascer, supermodelos divulgaram o festival nas suas redes sociais. Para o matar, um puto com 400 seguidores colocou uma foto no Twitter com um pobrezinho pão com queijo – muito longe da comida prometida pela organização do Fyre Festival. A ironia dos novos tempos.
Muita gente perdeu muito dinheiro. McFarland, o empresário e mastermind de tudo isto, foi processado e preso. Os influencers também não se ficaram a rir, pois tiveram influência – lá está, com o próprio nome indica – na criação da ilusão deste festival.
Pode não ter sido um festival de música, mas foi um festival de trafulhice que nos deu duas lições que já deveríamos saber de cor:
- não devemos acreditar em tudo o que está na Internet;
- o poder da publicidade é assustador. Buh!
Calma lá, este artigo está na Internet – devemos acreditar nele? Tan taaannn…
publicado na Bluesoft
o meu avô
Foi embora o meu avô. Mas ficou.
Fica sempre quem, indo, existe ainda. Ele foi porque tinha de ir. E é no peito que ele me continua a existir. É mesmo no peito, fisicamente no peito. É lá que, pelo menos, pelo mais, me dói. É lá o aperto de já não o ter perto. É lá o soluço da respiração, o descompasso do coração, as costelas, os pulmões, os nervos, tudo comprimido. Ele não deveria ter ido. Não. Mas foi, e dói, e dói mais, tão mais, quando nos morrem aqueles que julgamos imortais. Quando eu nasci, o mundo que me apresentaram tinha o meu avô. Era assim que o mundo era e era assim – quem me dera – que deveria continuar a ser. Os imortais não deveriam morrer. Entregava-lhe, de volta, a cor dos olhos que me deixou, o sacana daquele sorriso, tudo o que fosse preciso só para ter, de volta, o meu avô. Mas ele não volta. Baralhou as cartas, distribuiu as peças do dominó e deu-me um calduço à socapa só para brincar e dizer, sem dizer, que tinha sido a minha avó. Jogou comigo às damas no sofá. Entrelaçou os dedos das mãos e encostou-lhes a nuca, como se fossem almofada. Perguntou pelo Benfica. Agora, nada. As memórias são tão reais como a carne.
Ele foi, mas ficou. Existe, ainda, o meu avô.
marketing: uma coligação
Para escrevermos um completíssimo artigo sobre Marketing Político e Marketing Digital temos de, em primeiro lugar, explicar o que é Marketing Político e o que é Marketing Digital. Faz parte das regras para escrever completíssimos artigos. Este não é um deles. Mas nós explicamos na mesma.
O que é o Marketing Político?
Marketing Político é uma série de técnicas de publicidade que têm como principal objectivo manter a ligação entre um político e o seu eleitorado. Mas não só. A ideia também é conquistar mais eleitores nas próximas eleições.
Não havendo Marketing Político, o eleitorado de determinado político não sabe o que este anda a fazer nos corredores do parlamento (assumindo que lá vai, como é óbvio).
O que é o Marketing Digital?
Por seu lado, Marketing Digital é… bem, para o amigo leitor estar aqui é porque sabe claramente o que é Marketing Digital, certo? De qualquer forma, nunca fiando: Marketing Digital é um conjunto de acções que uma entidade faz online com a intenção de conseguir novos negócios ou objectivos, criar relações e desenvolver a identidade digital da sua marca.
Para isso acontecer, há que pôr em prática algumas estratégias, das quais se destacam o Marketing de Conteúdo, o SEO (Search Engine Optimization) e o Inbound Marketing.
Marketing para Políticos – Marketing para Totós?
É indispensável que os políticos tenham uma mínima noção do que é fazer marketing. E, visto que, hoje em dia, vivemos todos coladinhos às viscosas paredes de uma bolha chamada Internet, é essencial que os políticos dominem a cena*
*viram como nós acabámos de usar uma expressão bué da jovem só para captar a atenção dos catraios? Isto é que é ser tótil influencer…**
**não, não é. Os jovens já não dizem bué da nem tótil. Aliás, os jovens já não são jovens, são millennials.
Vá, já chega de asteriscos. Vamos ao que interessa: António Costa, Rui Rio, Assunção Cristas, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa, este artigo (também) é para vocês. Esqueçam tudo aquilo que vocês têm feito nas vossas redes sociais. A nossa sugestão é mesmo fazerem um Delete, um CTRL+ALT+DEL ou até mesmo um Format C: ENTER.
Se a ideia é aproximarem-se do vosso eleitorado, não está a funcionar. Se a ideia é atraírem mais gente para a vossa caravana política, também não está a funcionar. Passamos a explicar.
(dêem-nos só um segundinho para irmos ali falar com o nosso “eleitorado” de forma a que ele perceba o que lhe queremos dizer) – perceberam a dica?
Olá de novo, caro leitor. António Costa, Rui Rio, Assunção Cristas, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa. Estes são os líderes dos maiores partidos portugueses. Foquemo-nos nestes e foquemo-nos no Twitter, uma das redes sociais que tem sido mais usada por políticos e pessoas que, não sendo políticos, têm intervenção nessa área: António Costa tem 80 mil seguidores, Catarina Martins tem 66 mil, Assunção Cristas tem 3 mil, Rui Rio tem 3 mil e Jerónimo de Sousa nem sequer tem Twitter. Costa, Catarina, Cristas e Rio tem uma miserável média de 100 likes por tweet. Jerónimo de Sousa não tem likes porque não tem Twitter. Chega a ser confrangedor. A dona Fernanda da mercearia da nossa rua tem mais engagement do que qualquer um destes engravatados.
Isto acontece porque nenhum deles está a desenvolver uma estratégia de Marketing Político Digital. É que nem é boa nem má. Não existe.
Marketing Político Digital – Uma maioria absoluta
O que seria se a estratégia política tivesse, como base, uma estratégia de Marketing Digital? O que seria se os políticos se fizessem, realmente, ouvir? O que seria se, de facto, houvesse uma comunicação política mais eficaz?
Hoje em dia, imensa gente consegue alcançar imensa gente. Mas a esmagadora maioria dessa imensa gente não tem qualquer poder de decisão. Imagine que alguém que consegue alcançar essa imensa gente consiga, de facto, decidir. Tenha, de facto, poder.
Imagine pesquisar por “melhor salário” e aparecer-lhe, na primeira página do Google, a página do Político X. Imagine pesquisar por “direitos humanos” e aparecer-lhe, na primeira página do Google, a página do Político X. Imagine pesquisar por “combate ao racismo” e aparecer-lhe, na primeira página do Google, a página do Político X. Imagine pesquisar por qualquer termo ou expressão que esteja na ordem do dia e – sim, já sabe o resto da frase – aparecer-lhe, na primeira página do Google, a página do Político X.
E atenção que esta não é nenhuma referência Professor X dos X-Men. Deixemos o Xavier em paz e voltemos à verdadeira luta contra o mal que, neste caso, é a ausência de uma estratégia política digital no nosso país.
Costa, Catarina, Cristas, Rio e Jerónimo, ainda estão aí? Aqui ficam algumas dicas. Não precisam de agradecer:
Principais estratégias do Marketing Político:
- Desenvolver uma marca política
- Construir uma comunidade
- Investir em conteúdo
- Marcar presença (com estrtatégia) nas redes sociais
Há congressos, convenções, reuniões e tudo o mais. Tudo muito importante para o partido, mas tudo muito apenas para o partido. O que seria se vossas excelências olhassem o que se passa fora? O que seria se pegassem no que se passa fora e criassem uma estratégia de Marketing Digital, de Marketing de Conteúdo constante (baseado em temas trend e em pesquisas reais), de forma a obterem posicionamento orgânico face aos meios? O que seria se se transformassem numa autoridade digital? Tentem.
Depois nós podemos ficar com a pasta do Ministério do Marketing Político Digital. Até breve, futuros influencers!
publicado na Bluesoft
queremos o ouro
Temos o bronze, mas queremos o ouro. Se o amigo leitor for ao Google e pesquisar por “marketing de conteudo”, vai encontrar-nos, apenas, no último lugar do pódio das páginas, o terceiro. Mas isso era até hoje.
Dentro de momentos, vá, talvez dentro de uma semana ou duas, já estaremos no primeiro lugar do pódio do posicionamento orgânico, consigo a colocar-nos a medalha de ouro ao peito, ouvindo o lindo hino da Bluesoft, que começa com “Heróis do Marketing de Conteúdo, Nobre Inbound Marketing, Storytelling Valente e Marketing Digital!”.
Deixemo-nos de cantorias e vamos é ao trabalho.
Marketing de conteúdo: o que é?
De forma muito resumida, marketing de conteúdo é uma estratégia de marketing que assenta na criação e na distribuição de conteúdo relevante, sem mencionar, de forma explícita, a marca. Desta forma, a marca ajuda o seu público a resolver os seus problemas, tornando-se numa autoridade no assunto.
É desta forma que podemos caracterizar o Marketing de Conteúdo como uma espécie de combustível do Inbound Marketing. E o que é isso do Inbound Marketing?
Inbound Marketing | O Poder da Atracção
[Nota ao leitor: procurar qualquer xaropada de Barry White e clicar no play]O Inbound Marketing é uma série de estratégias de marketing que têm como principal objectivo atrair e converter clientes usando conteúdo relevante. Atenção que é bastante diferente do marketing tradicional, o chamado Outbound Marketing!
No Inbound Marketing, é o cliente que procura a empresa. No Outbound Marketing, é a empresa que procura o cliente.
E mais. No Inbound Marketing, a área de marketing da empresa é uma fonte de investimento e não uma fonte de custo. Isto porque é possível medir todas as acções do Inbound Marketing. É possível saber, tintim por tintim, quantas pessoas viram a campanha, quanto tempo viram, como chegaram lá, o que pesquisaram, entre muitas outras coisas. Quase que dá para saber com que roupa estavam quando viram a campanha (atenção que isso não está assim tão longe de ser verdade – vá, agora vista mas é um robe que nós sabemos muito bem como está a ler este artigo…).
O Web Analytics é tramado. Diz-nos tudo. E o senhor Zuckerberg também. Mas falaremos disso noutra altura.
Sabendo tudo isto, é possível optimizar campanhas para ter um melhor ROI (Return On Investment). E são várias as etapas para atingir o objectivo definido pelo Inbound Marketing:
- Atrair
- Converter
- Relacionar
- Vender
- Analisar
O objectivo maior é fazer com que o seu público-alvo respeite a sua marca e a tenha como referência.
Mas para quê ter trabalho com criação e produção de conteúdo se eu posso pagar bom dinheiro para criar anúncios para o meu produto? Ora aqui está uma pergunta que não faz sentido nenhum. Porquê? Porque é o conteúdo que atrai o cliente, porque é o conteúdo que leva o cliente a efectuar a compra e porque é o conteúdo que mantém o cliente. E o cliente não é nenhum ser abstracto nem nenhum bicho de sete cabeças.
O cliente somos nós. E nós gostamos que a marca fale connosco, que a marca se preocupe connosco, que a marca nos acompanhe, que a marca nos compreenda e não que nos esteja constantemente a bombardear com conteúdo random e sem qualquer interesse.
E, para isso acontecer, é preciso haver uma estratégia bem arquitectada. Para haver uma estratégia bem arquitectada, é preciso haver tempo. Não é num estalar de dedos que uma marca se torna referência.
Marketing de Conteúdo não é apenas escrever um texto num blog, pôr uma fotografia no Instagram ou criar um post no Instagram. Marketing de Conteúdo não implica, apenas, produção de conteúdo. Acima de tudo, é preciso fazer uma coisa que parece ter caído em desuso: pensar. Pensar no que escrever, pensar quando é a melhor altura para publicar, pensar qual o melhor formato para partilhar o conteúdo, pensar qual o público-alvo a atingir, pensar qual o resultado pretendido… E é aqui que entra o storytelling.
Storytelling | Era uma vez na Internet
O que é isso do storytelling? Bem, talvez seja uma das actividades mais antigas do ser humano: contar histórias. O ser humano conta histórias desde sempre. Todos nós contamos histórias, todos nós vivemos histórias, todos nós estamos rodeados por histórias. E há sempre alguém que as conta: os nossos avós, os nossos filhos, os nossos amigos, o nosso chefe, o nosso governo… Histórias da Carochinha, de terror, de aventura, de amor… É à escolha do freguês. Elas estão à nossa volta.
O storytelling é um dos pontos fundamentais para uma estratégia ideal de marketing de conteúdos. A ele, junta-se o cumprimento de boas práticas de optimização com os motores de pesquisa SEO (Search Engine Otimization) e a transmedia (publicação e adaptação de conteúdos às diferentes redes sociais).
O grande objectivo do storytelling é criar uma identificação emocional entre a marca e as pessoas, com o objectivo de as enfeitiçar e de as levar a construir um relacionamento com a marca.
Mas não basta criar uma história ao calhas. Toda e qualquer mensagem precisa de uma base assente numa estratégia de conteúdo. O storytelling funciona, apenas, como um modelo de narrativa.
Dê uma voz à sua marca. Crie-lhe um perfil, um nome, uma idade, uma roupa, um penteado, um passado, um lugar… Assim, a sua marca desenvolverá uma personalidade própria, fazendo com que o público se identifique com ela e perceba facilmente quem conta esta história. Juntando-lhe conteúdo relevante, a história gera maior interesse.
Mas que histórias vou eu agora contar? Ao contrário da outra, esta sim, foi uma boa pergunta. Mas é bastante simples de ser respondida. A história mais importante é aquela que o seu público-alvo quer ouvir. Conheça o seu público-alvo, analise-o, compreenda-o e desenvolva narrativas em que ele seja o protagonista. É, assim, essencial conhecer o cliente, produzir conteúdo relevante, optimizar com SEO e fazer uma boa divulgação.
A sua produção de conteúdo assenta no que o seu cliente pretende. A sua marca será (ou apresentará) a solução para todos os problemas que surgirem. O seu futuro cliente tem de ser parte da história. E o resto é história.
“Levantai hoje de novo a Bluesoft para a primeira página de pesquisas do Google em Portugal… Contra a produção de conteúdo ao calhas marchar, marchar!”.
publicado na Bluesoft
um “beijinho grande”
Enfim, gente cobarde ali à roda com as palavras só para não dar um inteiro, simples, absoluto, puro, uno, claro, real, digno beijo.
Primeiro que tudo, beijinho grande não faz sentido. Ninguém dá uma coisa pequenina grande a ninguém. O diminutivo existe para transmitir um menor grau do seu significado original. O adjectivo grande existe para transmitir um maior grau do seu significado original. Ora, se beijinho existe para transmitir um menor grau de beijo e grande existe para transmitir um maior grau de beijinho, então, um beijinho grande é um beijo.
Não me venham é com paninhos quentes de beijinhos grandes, que isso é fugir com a boca à seringa da palavra certa, é ir dar a volta ao bilharzinho grande só para não dizer o que se deveria dizer. E não há cobardia alguma quando se diz o que se é. Por muito que aleije, se for para beijar, que se beije.
osso
Há um paralelismo curioso entre a relação do ser humano com o outro e a relação do ser humano com ele próprio. Uma espécie de básico, de osso.
Na relação com o outro, o ser humano está a simplificar o mundo. Está a voltar ao piso 0 da evolução, com a intolerância, a segregação e o conflito. Há bons e maus. Na origem, talvez o medo de morrer.
Na relação com ele próprio, o ser humano está a querer procurar o simples, o mais elementar da sua natureza. Está a aprender a respirar, a conhecer o corpo, a sentir, a olhar para si, a regressar ao seu próprio embrião. Na origem, talvez o medo de não estar a viver.
bê-à-bá do copy para seo
Há quem se desafie a enfrentar os seus medos, colocando, por exemplo, uma iguana na careca (clássico Agora ou Nunca, lembra-se? Ponha! Ponha! Ponha!). Há quem se desafie a saltar de um avião. Há quem se desafie a fazer uma dieta. Hoje em dia, toda a gente se desafia. E muito bem! Portanto, não há qualquer razão para nós também não o fazermos.
O nosso desafio não envolve animais exóticos nem saltos loucos de avião. Muito menos fazer dieta! (Salvé, açúcar, que tão maltratado tem sido nos últimos anos! – #jesuisaçúcar). Pois bem, o nosso desafio foi o seguinte: colocar, na primeira página de resultados do Google, a keyword “linha de Cascais” de forma totalmente orgânica.
Em Portugal, “Linha de Cascais” tem 2.900 pesquisas mensais! Mas o que é mais surpreendente ainda é, no mundo inteiro, “Linha de Cascais” ser pesquisada 3.600 vezes por mês! Ainda, assim, nós, Bluesoft, aparecemos na primeira página em 2.560,000 resultados. Sim, leu bem. Dois milhões quinhentos e sessenta mil resultados. É obra.
Mas, ao contrário de muitas obras levadas a cabo no nosso país, esta teve planeamento. Então ajeitámos o colarinho, sentámo-nos em frente ao computador (como se já não passássemos os dias inteiros nisto), pesquisámos, fechámos os olhos para dormitar, aliás, pensar um pouco, voltámos a pesquisar e escrevemos um artigo sobre a Linha de Cascais. Todas as técnicas de copywriting SEO estão a servir de base a este artigo, em conjunto com tecnologia optimizada. É por isso que ele está na primeira página do Google.
“Linha de Cascais” (bom título para conseguir superar o desafio, hein?) acaba por ser mais do que um artigo sobre a linha de Cascais. “Linha de Cascais” é um guia da linha de Cascais que fala sobre todas as praias, paragens de comboio e apeadeiros, monumentos, actividades a realizar, fundações, aquários, museus, enfim, um sem-número de elementos que se colocam no caminho da linha de Cascais. Elementos esses que nos ajudaram a alcançar o nosso objectivo.
A Linha de Cascais é, claramente, um tema fora do nosso blogue. Não tem nada que ver com o que escrevemos. Não tem nada que ver com o conteúdo que pretendemos partilhar. Não somos especialistas na linha de Cascais. Adoramos Cascais, adoramos praia, adoramos as praias de Cascais, adoramos andar de comboio, adoramos todas as estações e apeadeiros da linha de Cascais, mas estamos mais habituados a linhas de código. Não tanto a linhas de Cascais.
Mas a verdade é que, apesar de tudo isso, conseguimos colocar a “linha de Cascais” na primeira página de resultados do Google. Como?
Como aparecer na primeira página do Google?
Hoje, o ser humano não consegue viver sem praticar duas acções de forma constante: uma é respirar, a outra é pesquisar no Google.
Posto isto, voltemo-nos para a segunda (mas, amigo leitor, respire enquanto está a ler o artigo, por favor). A tecnologia e o conteúdo optimizados da Bluesoft permitiram que o artigo fosse parar à primeira página do Google. O artigo segue todas as boas práticas de optimização de conteúdo, a keyword principal – linha de Cascais – está no início do texto, o conteúdo é completo, estruturado e relevante, contém alt image, tem links, título H1 e subtítulos H2, dados estruturados … O artigo tem tudo o que um artigo precisa de ter para aparecer na primeira página do Google.
E é neste momento que voltamos a dar, ao nosso amável leitor, uma ensaboadela de SEO. Exactamente, estamos a falar de Search Engine Optimization. Por amor de Deus (ou por amor da sua inexistência ou da dúvida na Sua existência), abrace o SEO, beije o SEO, use o SEO, trate o SEO como o seu melhor amigo neste mundo do marketing de conteúdo e do marketing digital.
SEO (Search Engine Optimization) – Novamente ao SEO dispor
SEO, ou Search Engine Optimization, é um conjunto de métodos de optimizar um site para que os motores de busca, como Google, Yahoo, Bing, Ask, entre outros, que entendam o conteúdo da sua marca como relevante, posicionando-o no topo dos Resultados Orgânicos – mesmo ali na primeira página do Google.
Com o objectivo de se tornarem uma Autoridade Digital no seu sector, muitas empresas deixam- se levar pelo investimento em pesquisa paga (publicidade). Mas não se deixe levar na artimanha, já agora coloque no Google “pesquisa paga” !!!
Nós, Bluesoft, estamos na linha da frente das empresas especializadas em SEO. Nós, Bluesoft, dominamos as técnicas de SEO e tratamos por tu os serviços de SEO. Nós, Bluesoft, temos colocado empresas nas primeiras páginas do Google num abrir e fechar de keywords. Nós, Bluesoft, aumentamos significativamente a facturação dos nossos clientes e geramos resultados. Nós, Bluesoft, adoramos a linha de Cascais. Mas, acima de tudo, adoramos desafios. Apresente-nos o seu. Nós tratamos dele.
publicado na Bluesoft
natal online, empresas offline
É Natal por todo o lado. As ruas estão iluminadas com bolinhas e azevinhos, o Pai Natal multiplica-se pendurado nas varandas, a Mariah Carey canta nos carros e as redes sociais cheiram a musgo dos presépios. É uma época linda, onde toda a gente é generosa e se preocupa mais em praticar o bem do que em fazer um fatality a quem levou a última oled na Worten do Colombo.
All I want for Christmas is Christmas
Ainda não é Natal e já toda a gente está farta do Natal… desde Outubro. Costuma ser nessa altura que as marcas nos começam a envenenar com falinhas mansas de Natal. As boas marcas, claro. As más, ou as menos profissionais/atentas/organizadas, só começam a preparar o Natal… uma semaninha antes do Natal. E depois desatam a disparar campanhas de Facebook para toda a gente sem qualquer critério, a patrocinar posts no Instagram em cima da árvore em cima do joelho, a bombardear newsletters com promoções pensadas cinco minutos antes… e tudo tem de funcionar. Mas não funciona. Que espanto dos diabos! Quem diria que não iria funcionar?
Estratégia digital no sapatinho
Como já falámos várias vezes aqui, é essencial que haja uma estratégia de marketing digital bem planeada para que se atinjam os objetivos pré-estabelecidos e tudo corra da melhor forma possível. Não é acreditando nos Reis Magos que as coisas lá vão. É preciso seguir a Estrela-Guia – e essa estrela somos nós (ou os nossos ensinamentos, vá). Pedimos desculpa pela bazófia natalícia. E voltamos à história da publicidade paga vs. publicidade orgânica. Como é Natal – ou quase – partilhamos aqui o link para o artigo em que falamos desse já clássico duelo.
Há as empresas que trabalham bem – e atempadamente – e as empresas que trabalham mal – de ontem para hoje. No entanto, ambas trabalham e ambas se esforçam para atingir um determinado objectivo com vista a aproveitar este rodízio de prendas chamado Natal. Há que lhes dar esse crédito. Mas há aquelas empresas que, pura e simplesmente, não trabalham.
Podem não precisar do Natal para terem lucro, ok, mas não trabalham. E, não trabalhando, condicionam o trabalho das outras. E, condicionando, complicam.
“Pois, isto agora mete-se o Natal, de maneiras que só lá para Fevereiro…” E eis que vem à tona um dos mais interessantes e paradoxais fenómenos da sociedade portuguesa actual: por um lado, anda tudo num rebuliço com compras até aos queixos, sem tempo para parar, pensar e, quem sabe, até, respirar. Por outro lado, muitas empresas param, estagnam, “fecham para obras”. Não respondem a emails, não atendem telefonemas, não publicam posts nas redes sociais nem artigos nos sites, não marcam reuniões, não fecham negócios, não abrem negócios, não nada. Cheirando a Natal, estas empresas colocam o cartãozinho VOLTO JÁ na janela e voltam só quando a Popota já tiver ido embora.
Renovação Digital: Ano novo, vida antiga
Terminado este período inebriante de bacalhau e meias, as empresas reabrem de espírito renovado e… com os mesmos vícios, com os mesmos erros e com as mesmas estratégias que não funcionaram antes e que não vão funcionar depois. Mas com pressa! Porque não vendemos nada no Natal, não trabalhámos nada no Natal e agora temos de compensar! E essa compensação – adivinhe, caro leitor – será feita em cima do joelho – adivinhou, não adivinhou? E nós, Bluesoft, cá estamos em cima destas empresas a ver se elas têm noção do que estão a fazer. Quer tenham, quer não, cá estamos nós para lhes iluminar o caminho.
O Natal é quando um homem quiser. O homem não pode é ficar nas palhinhas estendido, nas palhinhas deitado à espera que as prendas lhe caiam da chaminé.
publicado na Bluesoft
empresa nossa que estais na net
“E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do Mal. Ámen”. Ou, como se diz hoje em ambiente digital: “E não nos deixeis cair em tentação de usar plataformas já feitas como o Shopify, o Magento ou o WooCommerce, mas livrai-nos de fazermos tudo sozinhos ou com quem não percebe nada disto porque pensamos que não precisamos de programadores, designers ou gestores de conteúdos. Ámen”.
Hoje em dia, as marcas só existem se existirem online. Não tendo morada na Web, raramente sobrevivem. No entanto, ter essa morada não é ter garantia absoluta de sucesso. Tal como nós, humanos, precisamos de ter a nossa casa num sítio de que gostamos, que sirva os nossos interesses, que nos permita chegar rápido ao trabalho, que esteja perto da escola dos miúdos e por aí fora, também as empresas precisam de ter a sua morada online adaptada às suas características e objectivos.
Infelizmente, não é isso que acontece com muitas empresas. Com a ideia (errada) de poupança, optam por templates já feitos – que, é como quem diz, por uma casa já feita, mas mal feita e mal localizada. Mais tarde, terão a noção de que a dita poupança não existiu. Se a empresa não foi pesquisada, se a empresa não foi encontrada, não houve lucro, não houve poupança, houve prejuízo. Contas simples de se fazer.
Querido, mudei a Loja Online
A solução é simples e passa por um investimento inicial na construção da casa. Mas nada de contraplacados de templates já feitos e que toda a gente usa. Para uma boa casa, é preciso ter bom material. Para um bom website, terá de investir em programadores, em designers e em gestores de conteúdos. Mas dos verdadeiros. Atenção a esses chicos-espertos que, por saberem fazer COPY-PASTE, já se acham programadores, que, por saberem fazer memes no Paint, já se acham designers, e que, por tirarem umas fotos com o iPhone e escreverem posts no Instagram, já se acham gestores de conteúdos. Não são.
Estes templates já feitos estão alojados em plataformas que não são optimizadas para aparecerem nos resultados dos motores de pesquisas nem para gerarem visibilidade orgânica. Para que isto aconteça, será necessário um trabalho de SEO (Search Engine Optimization), conhecer o público-alvo, saber o que é pesquisado, trabalhar keywords e muitas mais coisas essenciais. Em plataformas a sério.
Tendo a casa bem construída e com uma boa localização, terá o sucesso quase garantido. Quase porque o conteúdo, como é óbvio, é essencial. Se tiver o conteúdo, a casa e a morada, apenas precisa de um bom banco onde depositar o dinheiro que vai lucrar.
Compras Online em Portugal
Segundo a ACEPI (Associação da Economia Digital), o valor das compras online feitas pelos portugueses foi de 1,7 mil milhões de euros em 2009 e de 4,6 mil milhões em 2017. Ou seja, em oito anos, o valor das compras online realizadas pelos portugueses mais do que duplicou. Espera-se que em 2025, seja atingido um valor de 8,9 mil milhões de euros.
Em 2009, as empresas e o Estado tiveram um volume de negócios online de 24 mil milhões de euros. Em 2017, o valor cresceu para 70 mil milhões de euros. Em 2025, a expectativa é de um volume de negócios de 132 mil milhões de euros até 2025.
Ainda acha que a sua empresa não deve estar online? Pois, bem nos parecia…
O que deve fazer para criar uma loja online?
A visibilidade e o posicionamento são essenciais. Estar numa rua da Caparica não é o mesmo que estar em Times Square. Mas, em ambos os casos, é preciso saber destacar- se. As pessoas não entram na sua loja só por terem visto a montra. No mundo digital, as pessoas não entram no seu website só porque este se encontra na primeira página de resultados. É necessário saber destacar-se dos concorrentes.
Para isso, antes de tudo o resto, defina o seu público-alvo. Se a ideia é vender chinelos de praia, certamente terá mais sucesso na tal rua da Caparica do que em Times Square. Definir o público-alvo é essencial.
De seguida, elabore um plano estratégico digital que vá de encontro a esse mesmo público- alvo, com a criação de um site optimizado para os motores de pesquisa, com conteúdos relevantes e influentes.
Um plano de optimização de SEO é essencial para o seu website ser visto. Um plano estratégico de conteúdos relevantes é essencial para que o possível cliente fique no seu website.
Qualquer pessoa ou empresa pode criar uma loja online. Poucas pessoas ou empresas conseguem criar uma boa e eficaz loja online. Não caia na tentação dos templates já feitos, dos artistas dos computadores que se dizem programadores, dos pintores de Paint que se dizem designers nem dos fotógrafos e escritores de Instagram que se dizem gestores de conteúdos.
Se já caiu nessa tentação e está arrependido, nós perdoamos. Mas não o volte a fazer. Para o seu bem e para o bem da sua empresa. Em nome do SEO, do E-Commerce e do Marketing Digital. Ámen.
publicado na Bluesoft
domingo
O domingo é a permanente ausência do dia, a memória viva do ontem e a antecipação sofrida do amanhã, a noite que não é, o intervalo da vida, o fosso entre a ilusão e a realidade, o limbo dos corpos, o sofá das almas, o ir não ir e ficar, o ser não sendo a dormitar, o ronronar dos gatos, a ressaca dos sentidos e o snooze de os sentir, a chuva nos vidros da janela da sala, o falar e ouvir e tocar e cheirar e provar tudo a preto e branco, a televisão a médio-som, a solidão a média-luz, o passeio dos tristes, o sal da melancolia, a câmara lenta da ronha.
O domingo é de quem sonha a permanente ausência do dia.
o fim da internet, 1984
“Era um dia claro e frio de Abril, nos relógios batiam as treze. Winston Smith, queixo aninhado no peito, num esforço para se proteger do malvado vento, esgueirou-se depressa por entre as portas de vidro das Mansões Vitória, não tão depressa, porém, que não encontrasse com ele um turbilhão de poeira arenosa”. Assim começa 1984, o clássico romance distópico de George Orwell.
Estamos em 2018 e o cenário podia ser o mesmo. Nós, Winston Smiths de telemóvel na mão, andamos mais um bocadinho e deparamo-nos com “um cartaz a cores, demasiado grande para ser afixado dentro de casa (…) um rosto enorme, com mais de um metro de largo: o rosto de uma União Europeia dos seus sessenta e um anos, com farto bigode e feições de uma beleza austera”. Sim, estamos a mexer com direitos de autor e, sim, aldrabámos ali “União Europeia” e “sessenta e um anos” só para passarmos a nossa ideia. Bem vistas as coisas, acabámos por fazer uma espécie de meme. Ou seja, acabámos de provocar os “velhotes” da União Europeia que não sabem como lidar com este novo mundo e então decidem bloquear, censurar, proibir e pôr tudo sob vigilância.
Artigo 13 – O artigo da polémica
Ok, talvez estejamos a simplificar. Isto é complexo e tem a sua razão de ser. Tudo começou com uma proposta apresentada no Parlamento Europeu com o intuito de “obrigar os gigantes tecnológicos a dividir lucros com artistas e jornalistas”. Ou seja, entrando em vigor, a nova lei visa proteger a criatividade, possibilitando que os conteúdos partilhados na Internet gerem lucro aos respectivos autores. Tudo muito lindo e tal até analisarmos, de facto, o artigo da polémica, apresentado pelo místico número 13.
O artigo 13 limita a possibilidade de se publicar conteúdos em diversas plataformas como as redes sociais, uma vez que as obriga – sim, obriga – a utilizar filtros de upload que consigam distinguir entre conteúdos legais e não legais. Ou seja, ao abrigo deste artigo, qualquer entidade – sim, qualquer entidade – pode proibir – sim, proibir – a utilização de uma imagem ou de um vídeo para a criação de um conteúdo digital. Um bocadinho assustador.
Artigo 11 – O artigo de uma polémica mais pequenina do que a do Artigo 13
Este artigo obriga – sim, obriga – os sites agregadores de notícias a pagarem aos órgãos de comunicação social pela partilha e publicação de links para as notícias publicadas nos seus sites. Continua assustador.
Atenção. Não negamos a necessidade de regulação da Internet. Não negamos a necessidade da defesa dos direitos de autor. Não negamos a necessidade de uma condenação de quem viola esses mesmos direitos. Mas alto lá. Não é bloqueando, não é censurando, não é proibindo, não é vigiando de forma quase ditatorial que se vive no mundo, seja ele o real ou o digital (cada vez mais real do que o primeiro).
ALERTA! ALERTA! O fim da Internet! Calma, Fake News!
O medo está instalado, sentadinho no nosso sofá, de tablet ao colo a ver como lhe reagimos. Há quem grite e corra pela casa de mãos na cabeça e há quem aplauda o medo e lhe sirva uma chávena de chá. Ou seja, há quem diga que isto vai acabar com a Internet e há quem diga que isto vai proteger os criadores de conteúdo.
Pois bem, a favor do artigo, estão nomes como Paul McCartney e Agir (pedimos imensa desculpa por juntar, na mesma frase, uma lenda viva da música mundial e um tipo que fez parte de uma banda qualquer de Liverpool). O argumento? Mais protecção das suas obras.
Contra o artigo, está o Facebook, a Google, a Amazon, a Apple ou Tim Berners-Lee, o criador da Internet. O argumento? Estas propostas irão dificultar o livre fluxo de informações, transformar as empresas de tecnologia em polícias de conteúdo e levar à censura da web.
Cada lado tem os seus argumentos. Cada lado defende-os da forma que os achar mais correta. Não é um tema simples que se resolva de um dia para o outro. E, estando a razão de um lado ou do outro, nunca deixará de estar na sua discussão. Só assim é possível manter esta coisa cada vez mais frágil chamada Democracia.
Trump e Bolsonaro: outra vez? O que têm eles que ver com isto?
Parece-nos óbvio que já entrámos no maravilhoso e perigoso mundo da Internet e das redes sociais. Parece-nos óbvio que já não conseguimos viver fora dele. E parece-nos óbvio, também, que a União Europeia está aterrorizada com a importância que este mundo teve nas eleições de líderes como Trump ou Bolsonaro.
Em ambos os casos, o pior desse mundo – fake news, desinformação, manipulação – aniquilou o melhor. Começou na América e está já a alastrar à Europa. O medo parece-nos ser esse. Mas não convém dizer que é. Então, a União Europeia embrulha-o bem embrulhadinho no embrulho da proteção dos direitos de autor.
Direitos de autor: Direitos? Autor?
Mas que direitos de autor? Há direitos de autor? Ok, temos uma noção de que há autor, de que lhe são atribuídos direitos e que esses direitos, sendo-lhe atribuídos, são, logicamente, direitos de autor. Tudo certo. Mas será mesmo essa a genuína preocupação da União Europeia?
“Viver em liberdade (…) significa também que temos de ser responsáveis e filtrar a informação que nos é apresentada”. Foi assim que a Comissão Europeia respondeu a quem preconiza o fim da Internet com a entrada em vigor desta proposta. Foi assim que a Comissão Europeia respondeu ao mundo inteiro. “Filtrar a informação”.
Ora bem, esta justificação de que a informação deve ser filtrada já foi usada por ilustres defensores da liberdade como Josef Stalin, Robert Mugabe e Adolf Hitler. Todos muito preocupados com a filtragem de informação. Aliás, todos muito preocupados com o bloqueio, com a censura, com a proibição e com a vigilância da informação. Foram tempos maravilhosos de liberdade. #Saudades
Temos de ter cuidado com isso. Na Internet – como no mundo – há coisas boas e coisas más. Não é escondendo as más que elas desaparecem. Pelo contrário. É mostrando as más, é olhando para elas, é compreendendo-as. Só assim é que as podemos combater. Não pelo bloqueio, não pela censura, não pela proibição, não pela vigilância ditatorial. Pela educação.
Enquanto isso, cuidado, Big Brother is watching you.
publicado na Bluesoft
admirável mundo novo
As redes sociais apresentaram-nos um mundo maravilhoso: um mundo onde podemos saber tudo sobre qualquer coisa ou pessoa, um mundo onde podemos fazer ouvir as nossas opiniões livremente, um mundo onde podemos ter influência real nas vidas dos outros. Mas as redes sociais também nos apresentaram um mundo perigoso: um mundo onde podemos saber tudo sobre qualquer coisa ou pessoa, um mundo onde podemos fazer ouvir as nossas opiniões livremente, um mundo onde podemos ter influência real nas vidas dos outros.
Bem-vindo ao Admirável Mundo Novo, com origens em Huxley e continuação em nós mesmos.
Tudo tem o seu lado bom e o seu lado mau – vem no manual de instruções do universo.
Qualquer embandeiramento em arco ou negação arbitrária de qualquer coisa sem o reconhecimento do seu contrário faz de nós ora rebanho enfeitiçado ora velho do Restelo. As redes sociais não são a melhor invenção do universo, mas também não são a pior.
Gestão da verdade, gestão da mentira e gestão das redes sociais
A verdade é que as redes sociais nos abriram horizontes que, até à data, nem sequer sabíamos que existiam. A verdade é que as redes sociais nos permitiram estar em contacto directo e instantâneo tanto com pessoas que estão na sala ao lado como no outro hemisfério. A verdade é que as redes sociais nos deram a conhecer mundos diferentes dentro deste mundo em que vivemos. A verdade é que as redes sociais nos facilitaram o acesso aos órgãos de decisão, permitindo uma voz mais activa e audível da sociedade. A verdade é que as redes sociais nos permitiram, nos deram e nos facilitaram um acesso a um mundo, também ele, composto por muita mentira – as fake news são um claro exemplo disso.
Mas, sendo mentira ou sendo verdade aquilo a que as redes sociais nos permitem aceder, uma coisa é certa: elas são já parte integrante – e indispensável – na nossa vida. A vida moderna já não pode viver sem as redes sociais. Do refugiado sem casa nem família que anda descalço a galgar países ao presidente da maior potência mundial, todos estão online.
Marketing em ambiente digital: o do corpo humano
Não seria de espantar que, em breve, o Facebook, o Whatsapp, o Instagram ou qualquer outra rede social fosse ensinada nas aulas de Ciências como mais um dos elementos do corpo humano – que funciona, não com sangue, mas com marketing digital. Vemos mais pelo ecrã do que pelos olhos. Qualquer dia, ainda descobrimos que, de facto, existe uma coisa chamada realidade.
Redes sociais: espelho meu, espelho meu…
É sobre essa realidade – e sobre a “realidade virtual” que vivemos hoje – que muitas séries, filmes, livros se têm debruçado. Talvez uma das mais impactantes na sociedade actual tenha sido o Black Mirror (por favor, pela vossa saúde, sanidade e consciência mentais, sentem-se um bocadinho no sofá e vejam esta preciosidade). Black Mirror é uma série assustadora, precisamente pelo facto de estar tão próxima daquilo que é a nossa realidade. É uma série ficcional, mas poderá muito bem vir a ser um documentário fidedigno do que se passa nesta era de amor exacerbado pela tecnologia.
Nesta série, há um episódio em que as pessoas dão pontuação umas às outras consoante as relações (íntimas, comerciais, profissionais e outras) que tiverem. Vou na rua, cruzo-me com um tipo com a camisola do Sporting e dou-lhe uma estrela. Mais à frente, cruzo-me com um equipado à Benfica e dou-lhe cinco. É assim que funciona na série. É assim que funciona na realidade. Gostei do atendimento no café? Cinco estrelas à menina que me serviu a mini e o pastel de nata. Odiei o serviço na oficina? Uma estrela ao mecânico que me levou um milhão de euros por duas pastilhas, quatro pistons e cinco minutos de mão-de-obra.
O que, à partida, não parece assim tão errado, é: essa pontuação contribui para o ranking da pessoa na sociedade. É com esse ranking que a pessoa se apresenta perante uma simples entrada num restaurante, perante uma entrevista de emprego, perante um pedido de empréstimo para uma casa… Quanto maior for a pontuação (atribuída por outras pessoas com e sem critério justo), maior a possibilidade de subida hierárquica na sociedade. Assustador, não é? Pois, é a realidade.
Na terra do sol nascente, humanidade poente
E é mesmo a realidade. Na China, este episódio do Black Mirror ganhou vida em 2014 e o governo já conta com os dados de 10 milhões de pessoas. “O principal objectivo é que as pessoas que se comportem de forma pouco ética ou desonesta, no seu dia-a-dia, percam acesso a tudo. Desde os benefícios do governo até aos transportes públicos”. As palavras são de Wenhong Chen, investigadora especialista em redes sociais, da Universidade do Texas.
Para construir o perfil dos cidadãos chineses, o governo utiliza os dados que possui, como registo financeiro, e cruza-os com informação obtida através de aplicações móveis. Começou em Xangai e já se alastrou a outras cidades daquele país.
A própria empresa Ford já usa este ranking no serviço de vending na China. Os utilizadores com um ranking elevado têm acesso a um test-drive gratuito.
Temos as mãos ao volante das redes sociais. Resta agora ver se as sabemos conduzir. A pior (e provável) consequência é provocarmos um acidente em cadeia. Grave.
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poetas de keywords
Nem Fernando Pessoa nem Camões. O marketing digital não é lugar para poetas. A não ser que eles percebam de keywords. Caso contrário, não é com “não sou nada, nunca serei nada, não posso querer ser nada” nem com “fogo que arde sem se ver” que se vende um passeio de barco, um vinho ou um tapete de Arraiolos.
Não há uma única pessoa no mundo que, interessada em comprar um passeio de barco, um vinho ou um tapete de Arraiolos vá pesquisar no Google por “passeio de barco/vinho/tapete de Arraiolos não sou nada, nunca serei nada, não posso querer ser nada” ou por “passeio de barco/vinho/tapete de Arraiolos fogo que arde sem se ver”.
Para o produto que estamos a vender chegue a quem esteja interessado em comprar há que colocá-lo na prateleira certa. Se for um passeio de barco, vai para a prateleira dos passeios de barcos. Se for um vinho, vai para a prateleira dos vinhos. Se for um tapete de Arraiolos, vai para a prateleira dos tapetes de Arraiolos. E em nenhuma das prateleiras está o Pessoa ou o Camões. Eles, adivinhe-se, estão na prateleira dos poetas.
Como escolher palavras-chave para artigos: as mais procuradas no Google para blogs e sites
Para vender um passeio de barco, é bom que se utilizem palavras-chave – as chamadas keywords – relacionadas com passeios, barcos, aventura, lazer, coisas a fazer em Lisboa e por aí adiante. Tanto em português como em inglês. Depende, claro está do público-alvo.
Por exemplo, mensalmente, há 27.082 pesquisas (em todo o mundo) por “things to do in lisbon” contra as 8.100 pesquisas por “what to do in lisbon”. Tendo este dado, é fácil decidir qual o termo a incluir no seu texto sobre passeios de barcos. Outro exemplo prático: há 8 100 pesquisas mensais (em todo o mundo) por “portuguese wines” contra as 1 300 pesquisas mensais por “wines of Portugal”.
Sim, antes de saírem de casa e irem à loja, as pessoas pesquisam no Google. O Google representa 80% das pesquisas a nível mundial. É, assim, essencial um estudo de keywords antes de começar a escrever o que quer que seja. É como na escola: primeiro, aprendemos as letras e só depois é que as escrevemos. Ou como no futebol: primeiro, aprendemos o que é uma bola e uma baliza, e só depois é que marcamos golões ao ângulo.
Mas, segundo grande parte dos clientes, qualquer um escreve e qualquer um joga à bola. Não é preciso estudo prévio, não é preciso avaliação, não é preciso estratégia. Errado. Um estudo de keywords (keyword research) é fundamental para atingir os objectivos estabelecidos pela empresa. E a justificação deste serviço é, como evidente, desenvolver um website ou uma planificação de artigos destinados a blog com conteúdos focados no que os utilizadores pesquisam mais activamente (keyword planner).
Claro que escrever bem é crucial. Ninguém lê um artigo perfeito em keywords e todo escangalhado em gramática. Mas a verdade é que chega mais facilmente a ele do que a um artigo com poucas keywords e gramaticalmente lindo de morrer. O ideal é criar conteúdo bonito, sim, bem escrito, sim, mas eficaz, com as palavras, os termos, as expressões que o cliente pesquisa quando procura pelo produto que estamos a vender.
SEM e SEO | A importância do Marketing de Conteúdo
É aqui que a Bluesoft entra. É aqui que nós lançamos um feitiço (assente, claro está, em SEO – Search Engine Optimization – e SEM – Search Engine Marketing) e descobrimos quais as palavras mais pesquisadas. Depois é tudo uma questão de lógica: se o seu texto incluir mais vezes as palavras mais pesquisadas, será mais vezes encontrado pelos seus futuros clientes. Aparecerá no topo de pesquisas e, consequentemente, terá um forte impacto positivo nas vendas.
É natural que as empresas ainda não estejam totalmente adaptadas à escrita digital (que é, em primeira instância, para computadores e só depois para pessoas). E é, mais uma vez, aqui que entra a Bluesoft. Não temos Pessoa nem Camões. Mas temos em nós todas as keywords do mundo.
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tic-tac tic-tac tic-tac, e agora?
O tempo está a contar. E agora, qual a estratégia?
Não temos tempo. Temos mais que fazer do que ter tempo. Não temos tempo para nos darmos ao luxo de ter tempo. Somos uma espécie de coelho branco da Alice, a correr atrasados para algum lado. O relógio não pára e nós corremos. Sabe-se lá para onde, mas corremos. E, desta forma, como consequência óbvia, perdemos de vista o que temos à nossa volta. Só vemos o que está à nossa frente e, mesmo assim, vemos a correr – que é uma boa forma de ver desfocado – que temos é pressa de chegar ao infinito.
Apenas lemos as letras gordas, apenas vemos vídeos em fast forward e não lemos mais do que o título do livro. Aliás, devemos dizer que estamos espantados por ainda o ver aqui. Conseguiu ler mais do que cinco linhas. Parabéns, é um ser humano raro.
#SOMOSTODOSRUNNERS – Corra mais rápido com Estratégia (Digital)
O ser humano comum é um runner. E, se ele corre, a marca que o quer apanhar tem de correr com ele. Ou, pelo menos, meter-se à frente para que ele a veja. Em vez de a sua marca colocar os seus produtos/serviços na paisagem, o melhor é mesmo colocá-los na pista de tartan.
Até há pouco tempo, o consumidor andava de mãos nos bolsos, assobio na boca e olhos na paisagem. Podia não ver todos os produtos ou serviços que lá estavam, mas via alguns e, acima de tudo, procurava e selecionava. Hoje em dia, o consumidor tem as mãos no novo iPhone que tirou do bolso, o assobio é música de Benny Hill e os olhos só olham em frente. Não procura, escolhe o que lhe aparece no ecrã.
Neste caso, o que pode fazer para não deixar fugir este consumidor? Pois bem, felizmente que estamos perante um ser humano raro que ainda continua a ler mais do que as cinco linhas iniciais de um texto. Parabéns, amigo leitor.
Ora bem, a ideia passa por delinear um plano estratégico digital que vá ao encontro do (possível) cliente, um website otimizado para os motores de pesquisa, com vários conteúdos relevantes e influentes. De forma preferencialmente orgânica, é essencial que a sua empresa sobressaia neste mundo onde as pessoas existem a um ritmo vertiginoso, com acesso imediato à informação – da economia atual e da sociedade digital.
Hoje, mais de 7 milhões de pessoas, só em Portugal, pesquisam na Internet assuntos do seu interesse. É essencial para o consumidor que o resultado desta pesquisa seja imediato – experimente aguardar 5 segundos (mas conte mesmo 5 segundos) pela abertura de um website e tente não atirar o computador pela janela. É quase impossível, não é? Hoje em dia, mais do que nunca, nós exigimos informação imediata.
Como agir – Estratégia Digital, SEO, Marketing de Conteúdo e outros truques
O tempo que tínhamos há dez anos não é igual ao tempo que temos hoje. O tempo que temos hoje não será igual ao tempo que teremos daqui a meio ano. Isto anda assim. Ou melhor, isto corre assim. É por isso que é tão importante para as empresas estarem na primeira linha do olhar do consumidor. Ele não tem tempo para procurar mais. Ele olha e compra porque, no instante seguinte, já está a pensar numa futura compra.
É por isso que as empresas devem ter uma Estratégia Digital que envolva um plano de optimização SEO para que o website esteja posicionado nos primeiros lugares da primeira página. É por isso que as empresas devem investir em Marketing Digital, estudando o sector online, analisando o comportamento do público-alvo, verificando keywords e tendo conteúdos relevantes. É por isso que as empresas devem investir em SEO. É por isso que a Bluesoft lhe fornece essas ferramentas. Para acompanhar a corrida do seu (futuro) cliente mas para, acima de tudo, fazer com que ele veja a sua empresa como a única capaz de lhe saciar a sede (da corrida) da compra. E aí sim, estará no País das Maravilhas.
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web summit, frankenstein
Claro que adoramos bater na Web Summit e nas passagens de modelos que lá se realizam. Claro que muita gente vai para a Web Summit apenas para dizer que foi. Claro que há quem apenas se importe com os planos super trendy e vintage das fotografias que vai tirar na Web Summit para o Instagram. Claro que há quem esteja na Web Summit com um Nokia 3310 no bolso. Claro que tudo isso. Mas também é claro que a Web Summit traz novas ideias, traz negócio, traz iniciativa, traz esperança, traz conhecimento, traz tecnologia e traz muitas mais coisas muito mais importantes do que as primeiras. E Portugal, em particular Lisboa, bem se pode orgulhar disso.
Este ano, mais do que em todas as outras edições, a Web Summit trouxe à praça pública de Lisboa, de Portugal e do mundo inteiro um tema que nos inquieta e deixa alerta: A Solução para a Internet.
Internet, uma espécie de Frankenstein
Inicialmente criada para permitir um acesso à informação por parte de toda a gente, a Internet está a tornar-se, cada vez mais, um acesso à desinformação. Traçando caminhos pantanosos, a Internet está, assim, perante problemas vitais: a sua credibilidade, a sua influência, o seu futuro.
Tim Berners-Lee, um dos oradores que veio a Lisboa falar ao palco da Web Summit, é o criador da Internet. É ele o Mastermind disto tudo. É ele o Boss (desculpa, Springsteen).
A Internet é da sua autoria mas, tendo em conta os caminhos perigosos que tem tomado – ou que tem permitido a outros tomar -, bem que poderia ser de Mary Shelley, a escritora inglesa autora do clássico Frankenstein. Neste caso real que é a virtual Internet, Tim é o Dr. Victor Frankenstein e a Internet é o monstro (que, já agora – e ao contrário do que a cultura popular nos vai dizendo -, não se chamava Frankenstein).
Portanto, Tim Berners-Lee criou um monstro. Inicialmente, não era essa a sua vontade. Mas foi nisso que ela se tornou. É óbvio que a Internet tem coisas maravilhosas – tanta coisa que podemos fazer, saber, aprender com a Internet. É ridículo estarmos a apontar as vantagens que ela nos trouxe – são incontáveis. No entanto, também são incontáveis as salas escuras que ela nos escancarou. Somos nós que decidimos o caminho a tomar. Desconfiando sempre da capacidade do ser humano para optar sempre pelo melhor, o ideal é criar regras. Há muitas que regem a Internet, há muitas que regem quem navega na Internet. Mas, pelos vistos, deveria haver mais.
Os maus caminhos estão à frente de todos: fake news, abuso de privacidade e abuso de dados de utilizadores na web. Muita gente tem tomado estes caminhos. Muita gente importante tem tomado estes caminhos. Muita gente importante que tem tomado estes caminhos está agora na liderança de grandes potências mundiais – sejam elas países ou empresas – precisamente por terem tomado estes caminhos. Não precisamos de dizer os nomes de Donald Trump, Jair Bolsonaro ou Mark Zuckerberg, pois não? Ops, parece que já dissemos. Não faz mal – conta para o SEO.
A criação da Internet reencontra o criador Tim
Tim subiu ao palco da Web Summit e alertou: “Em 2019, pela primeira vez, mais de metade do mundo vai estar conectado e é preciso olhar com mais atenção para a Internet (…) Somos todos responsáveis por fazer da Web um lugar melhor”.
E somos. E temos de fazer com que seja, de facto, um lugar melhor, mais respirável, menos odioso, menos indesejável. Para a manter livre e mais segura, Tim Berners-Lee apresenta um projeto que quer criar uma convenção internacional com princípios e valores da Web. “For The Web” é o slogan. “Chegar a um consenso internacional entre governos, empresas tecnológicas e todos os que utilizam a Internet para criar princípios-base para esta invenção” é o bom caminho a seguir.
Há muitas questões sobre a mesa – ou melhor, sobre o ecrã. O impacto das leis de direitos de autor é uma. As questões culturais de cada país dão outra. A responsabilidade governamental junta-se a estas. Ainda temos os patamares éticos e morais. Enfim, as questões são infinitas, mas são questões sobre as quais não podemos fazer um simples delete.
Caso contrário, pode acontecer o que nos têm dito os clássicos filmes de ficção científica: “não abras os olhos que, um dia, é o robot que manda em ti e não tu que mandas no robot”.
Tim defende a neutralidade da Internet e o acesso de todos a esta rede universal. Em tempos, defendeu Edward Snowden, o antigo programador dos serviços secretos americanos que revelou que o país está a escutar e recolher informação de pessoas através dispositivos em todo o mundo. Hoje, defende a Internet. Outra vez.
E há mais quem a defenda. Aliás, não há orador que suba ao palco de Lisboa da Web Summit com o objetivo de acabar com a Internet. Seria o seu fim – o do orador, entenda-se. E mais. Defendendo a Internet, muitos são os que defendem o Planeta. Muitos são os que vêem nela uma forma de atingirmos um bem-estar nunca antes alcançado. Muitos são os que vêem nela uma forma de melhorar o Planeta. A preocupação com os mares, com os poluentes, com os sistemas de energia renováveis, com os seres humanos, com os outros seres vivos que nos acompanham, é uma preocupação real e que ganha dimensão e força na Internet.
É também por isto que é essencial criar esta espécie de Constituição da Internet sugerida por Tim Berners-Lee, para que consigamos viver em paz e harmonia uns com os outros. Parece lamechice saída de filme da Disney, mas a verdade é que, se não agirmos de imediato para regular este maravilhoso espaço virtual, em breve viveremos num filme Western. Mas sem ser em filme. Bem real, embora virtual.
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rami rhapsody
Um filme fraco, uma interpretação brilhante. Um filme que não valeria 5 minutos se não houvesse Rami Malek. Uma interpretação digna de Óscar para um filme digno de pouquíssima coisa.
É impossível (voltar a) ser Freddie Mercury, mas Malek assusta na forma como está tão perto de negar essa impossibilidade. O jeito de andar, de cantar, de mexer, de olhar, de quase tudo roça a perfeição. A história é conhecida, talvez por isso não haja qualquer surpresa ou perturbação que me tenha feito aplaudir o filme.
Tudo acontece a correr e quase nada é aprofundado como deveria ter sido. É um filme sobre a vida de uma lenda, não há tempo para mostrar as entranhas da vida dessa lenda, eu sei, mas deveria haver. E, devendo, não deveria ter havido filme. É um resumo de Wikipédia, vá. Mas o Malek, caraças, quase me fez acreditar no renascimento do Freddie.
Bohemian Rhapsody não é um filme. Rami Malek é o filme. E nada mais interessa, pelo menos, para mim.
donald twitter e jair whatsapp
Não estamos aqui para dizer bem ou mal do Trump ou do Bolsonaro. Não estamos aqui para os insultar nem para lhes passar as mãos pelo pêlo. Não estamos aqui para transmitir mais uma daquelas opiniões carregadinhas de clichês e frases feitas que condenam o mal e exaltam o bem (que novidade fora do comum esta de condenar o mal e exaltar o bem). Não. Estamos aqui para relatar factos. E, acima de tudo, no contexto do marketing digital, dizer que Trump e Bolsonaro fizeram jogadas de génio para estarem onde agora estão: ao leme de um continente.
Os Homens do leme – Ditadores ou Génios do Marketing Digital?
O percurso de ambos na chegada ao poder é semelhante em termos de comunicação. A estratégia digital, então, foi quase gémea uma da outra. Quer um quer outro disseram adeus aos discursos longos e chatos, substituindo-os por soundbytes, por frases, por slogans impactantes. Quer um quer outro disseram adeus à comunicação tradicional pela televisão, jornais ou rádio, substituindo-a por uma comunicação marcadamente digital – Twitter, Facebook, Whatsapp. Quer um quer outro? Segundo os media tradicionais, ninguém queria nenhum. Mas foram eles que ganharam.
Comunicação Digital: Redes Sociais – Uma Mudança de Paradigma
E nós, que estamos claramente em mudança de paradigma comunicacional, deparamo-nos com informações contraditórias – na televisão, está tudo bem, o Trump não ganha, as sondagens dizem claramente que não, o Bolsonaro não chega lá, ele não tem hipótese nenhuma e, além disso, está a ser atacado por milhões de hashtags #EleNão, #EleNunca. Afinal, #EleSim. Aliás, #ElesSim. O que aconteceu? A televisão dizia-nos uma coisa e aconteceu outra. O Facebook, o Twitter e o Whatsapp – que não passavam de redes para um tipo se entreter a ver umas babes e a mandar umas larachas – afinal deram uma coça no pivô de fato e gravata do Telejornal. Hoje, as pessoas não existem mais sentadas no sofá de jornal na mão à espera do noticiário das oito e do comentário das nove. Hoje, as pessoas existem com o telemóvel colado à cara e com likes e partilhas na ponta dos dedos. Hoje, as pessoas existem de forma diferente. E os media tradicionais parece ainda não terem percebido isso.
Trump e Bolsonaro perceberam há demasiado tempo. Trump e Bolsonaro perceberam onde estão as pessoas, o que elas fazem, quais as suas necessidades, o que elas procuram, o que elas odeiam, o que elas adoram, o que elas desprezam, o que elas desejam. Ponto final.
Mas aqui vem o parágrafo: Trump e Bolsonaro usaram os seus conhecimentos para transmitir mensagens éticas e morais sobre o ser humano, o valor da liberdade e de todas essas coisas essenciais à nossa saúde, honra e sobrevivência? Talvez não. Provavelmente não. Mas, como já dissemos no início do artigo, não é isso que estamos a discutir. Nem queremos. Eles encontraram o caminho mais eficaz de chegar às pessoas. O resto é história.
Exército Digital – Marketing Político Puro
A base de apoio destes dois novos presidentes americanos está neste exército de eleitores digitais, pessoas comuns que se sentem mais participativas na sociedade por fazerem likes, pessoas comuns que se sentem mais ouvidas pela sociedade por escreverem um post, pessoas comuns que se interessam, única e exclusivamente, pela informação superficial e rápida, sem qualquer necessidade de confirmarem a sua veracidade.
Este exército de eleitores digitais, estas milícias digitais produzidas neste contexto da hiperpolarização e da pós-verdade são o oposto daquilo que a Internet preconizava inicialmente: inteligência colectiva e democracia em rede gerida por uma multidão direcionada para o bem comum. Pois bem, não é isso que está a acontecer.
Mas o que fizeram Trump e Bolsonaro? Pois bem, dispararam mensagens a uma cadência de metralhadora por todas as redes sociais, criaram fake news, fizeram transmissões ao vivo no Facebook e no Youtube, incentivaram memes, alimentaram tweets, adubaram posts e deixaram o ser humano – e as suas necessidades primárias – fazer o resto.
Vivemos num mundo onde os grandes pilares de credibilidade estão a abanar com o vento: justiça, comunicação social, escola, política, ciência. Tudo isto é posto em causa. As redes sociais vieram criar uma comunidade irreal igualitária, onde todos podemos dar a nossa opinião e onde a nossa opinião – julgamos nós – conta. E não sabemos se isso merece, sequer, um like.
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#adormir
O Bolsonaro percebe a Democracia muito melhor do que qualquer adversário. Também o Trump. Também o Putin. Também o Hitler. E fizeram-na funcionar (em seu favor, claro, mas em Democracia). Nós não percebemos. E achamos que ela funciona sozinha e sempre em nosso favor. Errado.
Estamos a dormir o tempo inteiro, fazemos nada durante o sono e, quando acordamos a suar com discursos de ódio e sangue, insultamos o Bolsonaro, o Trump, o Putin e o Hitler e o “povo estúpido” que vota neles. Ah, e criamos hashtags.
Não tentamos perceber a razão para a existência do Bolsonaro, do Trump, do Putin, do Hitler ou de qualquer outro fascista eleito em Democracia. Não tentamos perceber o voto do “povo estúpido”. Não tentamos, sequer, perceber a razão por que apelidamos quem vota neles de “povo estúpido”. Não tentamos perceber o nosso sono. Não tentamos perceber nada. Ainda bem que agora estamos acordados, para vermos a merda que temos feito #adormir.
orgânica ou paga: o duelo
“Não há má publicidade. Toda a publicidade é boa publicidade”. Errado. Errado. Errado. Quem disse isto? Alguém que ficou conhecido por uma péssima publicidade que não teve nenhum efeito positivo nas vendas e que ficou, apenas, conhecida como, lá está, uma péssima publicidade.
Não há coisa como não haver má publicidade. Claro que há má publicidade. Há publicidade horrível. Agora, não se deixem levar pelos clichês e façam a coisa certa (como o Spike Lee, já diziam os Da Weasel).
Publicidade Online
Google AdWords, hard selling, publicidade online, anúncios de Facebook, tráfego pago, tráfego orgânico, marketing de conteúdo – tudo conceitos que navegam neste nosso mundo que, cada vez mais, é um mundo que está no mundo da Internet. Demasiados mundos? Talvez. Demasiada Internet? Certamente.
Hoje, todos estamos online. Quem não está online, não existe. Empresas ou marcas que não estejam online são empresas ou marcas que não existem. Portanto, hoje, a publicidade tem de estar online e tem de funcionar bem online.
Agora, como fazer bem publicidade online? A primeira coisa é conhecer o nosso público-alvo e saber convencê-lo a adquirir os nossos produtos, a ler os nossos artigos, a ouvir a nossa música, a fazer que ele faça o que nós queremos, mas sem ele dar por ela, sem ele pensar que fomos nós que o levámos a escolher. A ideia é ele pensar que foi ele que escolheu. Em certa medida, em grande medida, até foi.
O público-alvo, possível cliente, é que manda nisto. O cliente tem necessidades e a empresa tem de olhar para elas e arranjar formas (produtos, serviços, conteúdos) para as satisfazer. Até aqui, tudo certo. No entanto, há empresas que se baseiam nesta hierarquia de Maslow para cercar o cliente, sem sequer o deixarem respirar (se o objectivo for vender botijas de oxigénio, perfeito – mas não é).
Hoje em dia, vivemos numa Times Square gigante e constante que nos bombardeia os sentidos com todo o tipo de publicidade. De manhã à noite, tudo nos diz “deseja-me”, “compra-me”, “come-me”. E a maior parte das marcas que nos gritam isso nem se preocupa se fala muito alto ou não. A maior parte das marcas que nos gritam mostra claramente ao que vão: “olá, humano, isto é publicidade, tu vais sentir que precisas disto mais do que precisas daquilo e vais desejar, comprar e comer, caso contrário, não existes nesta vida”. Funciona, mas não é a melhor estratégia. Nem a que funciona melhor.
Publicidade Paga VS Publicidade Orgânica
Antes de mais, convém salientar que a criação de tráfego é o ponto essencial para que haja publicidade na Internet. Esse tráfego pode ser tráfego orgânico ou tráfego pago. Publicidade orgânica ou publicidade paga. Agora sim, vamos ao combate.
Num canto do ringue, com um custo elevado, tempo limitado e concorrência alta, está a publicidade paga! No outro canto do ringue, com mais confiança, mais credibilidade e uma elevada taxa de cliques, a publicidade orgânica! Senhoras e senhores, bem-vindos ao duelo da Publicidade na Internet.
Mas vamos lá a ter calma. Antes de começar o combate, convém ser justo e dizer que todos nós já amaldiçoámos a publicidade e já pensámos em mil e uma maneiras de acabar com ela. Bloquear publicidade está, provavelmente, no topo dos nossos desejos enquanto consumidores. E se já não nos bastava a publicidade offline – na televisão, na rádio, nos cartazes da rua, por aí –, ainda vem a publicidade na Internet. Um tipo vai ver como estão os ódios na rede social do Zuckerberg e lá vem um anúncio de Facebook. Depois, vai até ao Instagram para apreciar umas boas fotografias desta ou daquela e lá vem uma publicidade no Instagram.
Vai ao Youtube e leva com mais uma dose de anúncios. Levamos com tudo isso, mas a verdade é que continuamos a visitar o Facebook, o Instagram e o Youtube, e as pessoas/empresas que lá estão continuam a ganhar dinheiro online com publicidade.
Anúncios no Google, Anúncios no Facebook, Anúncios no Instagram, Anúncios no youtube, Anúncios em todo o lado!
A publicidade paga, quer seja anúncios no Google, publicidade no Facebook, publicidade no Instagram ou publicidade no Youtube, tem os seus pontos fortes – e convém estudar bem os pontos fortes do adversário antes de lutar com ele.
O primeiro é o seguinte: é mais fácil. Este é o ponto forte mais evidente. Mas também mais caro. Pay-Per-Click (PPC), Google Adwords, Facebook Ads, banners, links patrocinados, enfim, o leque é variado. Hoje em dia, há mil e uma maneiras de fazer publicidade, pagando. Há tutoriais de como patrocinar no Instagram, de como anunciar no Facebook, de como usar Google AdWords em nosso benefício, de como ganhar dinheiro online com publicidade… Tudo é possível com publicidade paga. Mas, como o próprio nome indica, tem uma desvantagem: paga-se.
Mas continuemos nas vantagens: eficiência temporal. Os anúncios podem ser programados para um determinado período de tempo. Os resultados são imediatos e facilmente analisados.
Terceiro ponto positivo: público definido. De acordo com palavras-chave e sem muito trabalho, podemos chegar ao público que pretendemos.
A grande desvantagem da publicidade paga continua a ser a forte tendência a cair no Hard Selling – um modelo de vendas bem old school, em que 40% do tempo é utilizado no fecho da venda e 30% na apresentação, num total de cerca de 70% do tempo disponível. Apenas os restantes 30% são aplicados na gestão de relacionamento com o cliente, tentando perceber o que ele quer, o que não quer, quais as suas necessidades. Desta forma, é muito mais difícil criar a tal confiança.
E a publicidade orgânica, o que vem a ser isso? Ora bem, a publicidade orgânica está no canto oposto da publicidade paga, uma vez que não possui qualquer custo directo. É, geralmente, conhecida no meio por Inbound Marketing, uma estratégia que procura conquistar clientes através da criação de conteúdo. Há uma conquista, não uma compra. Vamos lá a um exemplo banal do mundo da bola para percebermos melhor isto: o Leicester conquistou a Premier League, o Manchester City comprou-a. Quem está a par dos meandros da bola, não precisa de mais explicações.
Mas deixemos a bola e voltemos à Terra. Para que determinada empresa consiga resultados positivos com tráfego orgânico, é necessário investir em estratégias de Marketing de Conteúdo e de SEO (ver artigo).
Um dos pontos fortes da publicidade orgânica é a credibilidade: uma vez que o espaço é conquistado, pressupõe-se que o conteúdo tem qualidade. Isso gera confiança no (possível) cliente.
A autoridade é outro dos ganhos alcançados com a publicidade orgânica, fazendo com que o cliente olhe para a empresa como referência na matéria.
A interacção também aumenta, fomentando o engajamento dos consumidores, e levando a um claro aumento de leads qualificados.
Tudo muito bonito e tal, mas qual a escolha certa? Pois bem, talvez até possa haver um compromisso entre ambas: publicidade orgânica e publicidade paga. Combinando ambas as estratégias, é possível melhorar o alcance e optimizar a qualidade e o envolvimento do seu público, obtendo leads com resultados rentáveis.
Marketing de Conteúdo
Porém, escolha o caminho que escolher, uma coisa deve ter em mente: mais do que pagar para publicitar um produto, é preciso criar uma história para que o (futuro) cliente procure o produto sem saber que está a ser levado a isso. Ele não precisa (nem deveria) saber que está a ser envolvido numa teia do mal, em que a Senhora Empresa está a mexer os cordelinhos e a sacar notas e livros de cheque para o obrigar a ser cliente! A Senhora Empresa pode existir, com gato ao colo e tudo, mas tem de ser mais esperta e subtil nas suas manobras (nem sempre) malévolas.
A ideia, muito resumidamente, é ser um Master of Puppets na mesma, mas sem o (possível) cliente dar por isso. Se der, ele também não se vai chatear porque sabe que percorreu aquele caminho escolhido por ele, com as suas vontades e com os seus desejos. Foi conquistado. Depois é só juntar os trapinhos e fazer a coisa certa.
Na Bluesoft temos como objectivos aumentar a visibilidade, credibilidade e rentabilidade da sua marca, tornando inesquecível a experiência digital do seu público alvo.
publicado na Bluesoft
simone
“Simone, o Musical” deveria ser apenas “Simone”. Tudo o resto é acessório, clichê e fraco.
Não é musical porque as músicas não foram músicas graças às palavras que não se ouviam e às guitarras, ao piano e à bateria que quase se faziam ouvir mais do que o ridículo que se ouvia. Não é peça de teatro porque o teatro que há não o chega a ser, por tão primário de guião, tão mau revisteiro de representação e tão incoerente de cenário. Nem sequer é Simone porque Simone não é aquilo rodeado por aquilo que estava em palco. “Simone, o Musical” deveria ser apenas “Simone”. Só ela. Sem palavras vulgares, personagens vazias ou emoções mal amanhadas.
A única coisa que se aproxima do teatro em si é o que se diz antes de se pisar o palco e que, neste caso, reflecte, na perfeição, o que mais há neste “musical”: muita merda.
search engine: ao seo dispor
Pedimos desculpa pelo trocadilho. Apenas queríamos chamar a sua atenção para a importância do que vai ler. Antes de mais, se você chegou aqui, é porque nós alinhámos os astros para que isso acontecesse. Por astros, entenda SEO.
Significado de SEO: um astro
SEO não é Messi nem Ronaldo. Mas também consegue fazer magia.
SEO, ou Search Engine Optimization, é – além de um palavrão para quem não está dentro do marketing digital ou do desenvolvimento web – uma série de métodos de optimizar um site para que os motores de busca (Google, Yahoo, Bing, Ask, entre outros) entendam o seu conteúdo como relevante e o mostre primeiro aos seus usuários. É esse o significado de SEO. Simples. Nem precisou de ir ao Google pesquisar.
85% de toda a navegação na Internet começa nos motores de busca! E é aqui que começa a optimização SEO.
Estratégia de SEO: mexer os cordelinhos
Hoje somos todos influencers, bloggers e até Charlies, mas poucos sabemos usar o que somos (ou o que queremos ser) para ter relevância.
Há mais startups em Portugal do que portugueses. Também há mais startups em Portugal a desaparecerem do que portugueses. As startups são lindas, têm lindos chief executive officers e lindas senior creative content marketing digital experts, andam todas de bicicleta, são gourmet, vintage e retro-chiques.
De mão dada com estas startups, estão as palestras de iPhone e calças bege. Não há um único ser humano no planeta Portugal que já não esteja com a Web Summit pelo bigode. Toda a gente foi à Web Summit, toda a gente tirou fotografias na Web Summit, toda a gente opinou sobre a Web Summit, toda a gente escreveu sobre a Web Summit, toda a gente ouviu muito atentamente as palestras da Web Summit, toda a gente conheceu gente muito tecnológica e moderna na Web Summit, toda a gente bebeu um shot de Web Summit, toda a gente enfardou uma dose Extra Large de Web Summit. Fizeram-se talks, tiraram-se selfies e escreveram-se posts. Há até quem tenha participado num sunset qualquer no center of Lisboa com people so much tecnológica da Web Summit. Tudo aconteceu na Web Summit e tudo vai continuar a acontecer nas próximas Web Summits. Mas pouco se falou do que acontece, realmente, na Web. Se falou, as empresas não ouviram.
Pois bem, o que realmente interessa não é estar nas plataformas nem ir a palestras de copo de gin na mão. O que interessa é saber como estar e como tirar proveito disso. E isso faz-se com… rufem os tambores… conhecimentos de Search Engine Optimization ou, para os amigos, SEO (e pode ser com uma mini na mão, guarde lá os 15€ do copo balão com hortelã e gelo).
Querer ser influencer sem saber como influenciar ou ir a palestras sem saber ouvir é estar a construir a casa tecnológica pelo rooftop (é assim que se diz agora, não é?).
Para uma empresa ser vista não precisa de se ajoelhar num pareo virada de rabo para a fotografia. Para uma empresa ser vista – e, consequentemente, ter mais hipótese de vender os seus serviços -, tem de dizer as coisas certas, nos momentos certos. Mais ou menos como o Horatio Caine, no CSI: Miami. De forma eficaz e com estilo.
Com o objectivo de se tornarem uma referência digital no seu sector, muitas empresas deixam-se levar pelo investimento em pesquisa paga (publicidade). Nada de mais errado. A probabilidade de obter cliques por publicidade não ultrapassa os 6%!
Por sua vez, a estratégia de SEO é muito simples: gerar tráfego qualificado para o seu website, aumentando a rentabilidade e visibilidade orgânica da sua marca.
O SEO (Search Engine Optimization) reúne um conjunto de técnicas que facilitam a visualização das páginas de um website, através da optimização SEO nos motores de busca.
Estes entenderão o conteúdo da sua marca como relevante, posicionando-o no topo dos resultados orgânicos – mesmo ali na primeira página do Google. A vantagem é óbvia: maior visibilidade face à concorrência e, sobretudo, junto de potenciais novos clientes.
Empresas de SEO: como escolher? Nós escolhemos. Aliás, você escolheu
Sim, somos nós. A Bluesoft tem estado na linha da frente das empresas de SEO e tem colocado inúmeras marcas na pole position dos motores de busca.
O sucesso de uma estratégia de marketing digital requer, entre outros elementos, a criação de conteúdo relevante e a implementação de técnicas de SEO. A Bluesoft faz.
Se ninguém conhecer a sua marca, passará a conhecê-la. Quem já conhece, as keywords certeiras farão com que a conheçam melhor.
Não basta estar online. É preciso saber estar online. E a Bluesoft, enquanto reputada empresa de SEO, vai ajudá-lo nesse processo.
Lado a lado, a Bluesoft irá preparar a sua marca para a nova era digital. Com a matemática, com a estratégia de SEO, com a tecnologia e com os conteúdos, a sua empresa alcançará as posições cimeiras nos motores de pesquisa, optimizadas para a obtenção de resultados orgânicos.
É este o caminho do sucesso na Web. Abrimos-lhe o apetite? Pois bem, no mundo do marketing digital, pode escolher do hambúrguer gourmet ao cozido à portuguesa, do gin à cerveja fresquinha. A escolha é sempre SEOa (pedimos desculpa por mais um trocadilho, mas foi só mais uma maneira que arranjámos de escrever só mais uma vez SEO.
publicado na Bluesoft
as árvores morrem de pé
Vi o Ruy de Carvalho e a Manuela Maria. Vi o Carlos Paulo. Vi a Patrícia Resende. Vi todos eles e vi todos os que cada um deles é.
Devia haver cada um deles em cada um de nós. Devia haver teatro em cada teatro que cada um de nós é. Devia haver um teatro de família, a que fôssemos chamados regularmente para ver do nosso estado de saúde. Devia haver um INEM do teatro para quem se sentisse doente. Devia rezar-se ao teatro de cada vez que cada um de nós morresse. Devia tocar para dentro todas as manhãs para dizermos bom dia aos actores e nos sentarmos no nosso lugar atentos à aula de vida. Devia haver um teatro de embalar para nos adormecer todas as noites. Devia ser obrigatório bebermos um litro e meio de teatro todos os dias. Devia haver um banco alimentar contra a fome de quem não vai ao teatro, para ajudar quem não o tem. Devia cair teatro em vez de chuva. Devia brilhar teatro em vez de sol. Devia substituir-se o bom dia, o boa tarde e o boa noite por teatro, teatro e teatro. Devia deitar-se abaixo as paredes do teatro para que o teatro fosse a rua inteira. Devia haver baloiços de teatro e escorregas de teatro para as crianças. Devia jogar-se ao teatro nas mesas dos reformados. Devia ser teatro a maternidade e ser teatro o cemitério. As casas deviam passar a chamar-se camarins e os jardins boca de cena. Tudo o resto seria tábuas e adereços. A noite podia ser a cortina vermelha. O dia seria o resto. O lugar de cada um seria o lugar onde cada um estivesse. A peça era a que cada um quisesse. Mas tudo seria teatro. E havia silêncio e caos e sonho e dor e vida e morte e foda e nojo e riso e mar e céu e terra e cama e amor.
E havia teatro.
rip
Não me lembro de alguma vez em algum lugar ter morrido um filho da puta. Quem morre é sempre um génio, um homem de grande valor, uma grande mulher, uma personalidade ímpar, um ser humano fantástico, um ser dotado de uma inteligência brilhante, um jurista de grande gabarito, um cidadão do mundo, um nome cimeiro da cultura, uma mulher de convicções, uma voz livre da sociedade, um grande mestre da arte, um exemplo de vida, um amigo de coração gigante, qualquer coisa maravilhosa cuja morte se lamenta profundamente. Deixará saudades. O mundo fica mais pobre. E com mais filhos da puta. Se essa é condição para aqui ficar, gostaria de ser um. Não me parece muito proveitoso ser um génio na inexistência.
a minha geração
Sou da geração dos 1.000 euros, mas nunca ganhei mais de 800. Nunca estive nos quadros, estive perto, mandaram-me embora. Três contratos de seis meses, o clássico, és essencial, já não és, obrigado e bom dia. Fiz dezenas de formações e uma série de estágios, nunca tive – nem agora tenho – nem nunca terei – experiência suficiente para receber o que mereço receber. Mas trabalho, trabalho muito bem, trabalho melhor, não me baldo com baixas nem me levanto baixando-me. Tenho projectos do caralho, mas claro que não ganho nada com isso porque não são gourmet. Como sou da escrita, qualquer um pode fazer o meu trabalho, claro que pode, qualquer um escreve, mal, mas pouco importa. A verdade é que também ninguém lê. Lendo, saberia escrever e saberia entender o que se escreve. Vou a palco, mas óbvio que nunca lucrei com isso. Há dinheiro para o IGAC, dinheiro para a SPA, dinheiro para o Teatro, dinheiro para o produtor, dinheiro para o promotor, dinheiro para o fotógrafo, dinheiro para o técnico de som, dinheiro para o técnico de luz, dinheiro justo para quase todos, mas dinheiro injusto para mim. E o dinheiro dos bilhetes, que é pouco para mim, é sempre muito para quem quer assistir ao pobre artista no palco. Não arranjas uns bilhetes? Não arranjas uns textos? São só uns lugares. São só umas palavras. E eu não sou só isto. Mas cá me arranjo.
o meu gato
Há dias em que me apetece atirá-lo pela janela. Eu moro no sétimo andar. Há dias em que me apetece atirar-me pela janela. Ele mora no sétimo andar, comigo.
O meu gato faz muita merda. Adora cabos, sofás e cortinados. Morde-me as pernas e arranha-me os braços. Adora os atacadores das minhas sapatilhas e qualquer pedaço de tecido das minhas meias. Gosta de testar a gravidade com os meus livros. Envergonha-me no veterinário. É esquisito com a areia e com a água. Está, neste preciso momento, em cima do teclaijwodhreerioeoiore doftgddddjbhfgggt computadkhfdijjjj. Não me deixa fazer a cama em condições e larga pêlo em sítios cuja existência eu desconhecia. Fez-me ser sócio premium de todas as lavandarias de Lisboa. Pôs-me a dormir na sala para arejar o quarto. Fez-me gastar salários para ele ficar bem depois de operações, vacinas e pequenos cristais que lhe doíam horrores. Nunca se queixou. Apercebi-me. Talvez ele me tenha dito. Não sei, tenho quase a certeza. Não falamos a mesma língua, mas comunicamos. Ele não percebe patavina do que lhe digo – falo mais com ele do que com gente -, mas ele percebe tudo o que sinto quando lhe digo. Eu não faço ideia o que ele quer dizer com aqueles olhares e miares e palmadas de patinhas, mas sei exactamente o que ele sente quando me diz.
Ele brinca comigo sempre que eu chego a casa. Ronrona encaixado na concha que faço com as mãos e encosta-se à parede a pedir números de circo. Encosto o braço à parede e ele salta. Faz outra vez. Outra vez. E outra vez. Eu escondo-me e ele procura-me. Vou à cozinha e, quando volto, tenho cinco quilos e tal a abalroarem-me as pernas. Recompõe-se, foge e esconde-se debaixo da cama. Com a cauda de fora. Eu finjo que não o vejo e chamo por ele – que ridículo, ele não percebe, mas percebe perfeitamente, e ele brinca e eu brinco também, e somos felizes assim, que ridículo, quero ser ridículo sendo feliz e ser ridículo fazendo-o feliz. Sempre que vou à casa de banho, ele vai também. Ora espera por mim, ora espero por ele. Sai a correr e eu levanto-lhe a voz para tapar o que fez. Ele volta atrás e tapa o que fez. Sempre. Deita-se ao meu lado, ao fundo da cama, e adormece agarrado à minha perna. Mexo a perna e ele morde-me os dedos com aqueles dentinhos afiados pelo diabo. Quero atirá-lo pela janela. Levanto a voz e pára. Lambe como que beijando. Encosta-se mais e adormece. Ressona e mexe-se muito. Acordo com a língua dele no meu nariz. Ronrona-me no peito e o meu peito ronrona também. Fica especado a ver-me tomar banho e mia desalmado sempre que abro uma lata de atum. Vai para a janela ver as pombas e as pessoas. Faz muito bem de bibelô em frente à televisão.
O meu gato passa muito tempo sozinho e eu sozinho sem ele. Isto da solidão com saudade é uma merda também, mas ele faz sempre questão de me dizer, não dizendo, que me ama sempre que me vê. Eu digo o mesmo e ele ouve, eu digo-lhe que já venho e que se porte bem e ele ouve sempre. E responde. Não faço ideia o quê, mas responde.
Ele não faz anos hoje nem há hoje dia do gato ou do animal. Também não morreu – o elogio não é obrigatório apenas quando se morre. Ele existe comigo e isso basta-me para que lhe escreva coisas que ele, não percebendo, ouve todos os dias. Continuo no sétimo andar. Ele faz-me continuar.
antes o poço da morte
Fora a crença, presente ou não. Sejamos a pessoa doente que está no poço da morte (sofrendo, sem cura). Não há volta a dar. A volta é só a que vai. Não volta. E essa volta custa-me a mim, pessoa que sou neste exercício da imaginação que não está livre de ser da realidade.
Custa-me a mim, dói-me a mim, e a única recompensa – que nunca irei sentir, é um facto – é a ausência dessa dor. E não sentir não será melhor do que sentir isto que não me deixa sentir outra coisa, nunca mais?
Quem está fora da cama, desse lado onde se discute a minha vida – que é, também, a minha morte -, quer ver-me a não morrer ou a não sofrer? A primeira afecta quem me vê, quem está fora da cama, quem, eventualmente, sofre pela minha morte, não eu. A segunda afecta-me a mim. E é aqui que está a discussão certa. Em mim, não em vocês.
Eu, que estou neste poço da morte (sofrendo, sem cura), tenho a vontade de não sofrer e a recompensa de não viver com ele. Se a morte é a solução, que seja e que seja a minha, e não a de quem não suporta a ideia a que vem amarrada a suposta culpa de me ver morrer.
Não há culpa, isso não é culpa, é egoísmo. A verdadeira morte é esta que me existe enquanto vou sofrendo sem qualquer possibilidade de não voltar a sofrer.
E não trago ninguém comigo, não se preocupem. Comigo, como eu vou, vai quem quer. Quem não quer vir, quem quer continuar a sofrer, pode ficar. Não é minha vontade decidir pelos outros. Não seja a vossa decidir por mim.